Relatórios de 2014 e 2015 e rateio das perdas foram aprovados em assembléia nesta terça
Durante assembleia realizada nesta terça-feira, a ampla maioria dos cerca de 1.500 cooperados presentes votaram pela aprovação dos balanços de 2014 e 2015. Também foi aprovada, pela maioria dos cooperados, a distribuição das perdas, com o acréscimo, a partir de 1 de maio de 2017, de 1% no desconto na produção médica mensal, além do que ja vem sendo descontado. Para sanear as contas, os médicos cooperados já colaboram com um desconto de 30% no pagamento de sua produção mensal.
A aprovação dos dois relatórios, além do rateio das perdas, era condição para manter o Termo de compromisso que assegura 90 dias de trégua à cooperativa, ficando protegida contra liquidação, desde que garanta atendimento a seus 800 mil beneficiários e crie condições para a recuperação da empresa.
— Os cooperados mostraram hoje que acreditam na Unimed-Rio. A Unimed-Rio está mais viva do que nunca e nosso trabalho de reconstrução da cooperativa continua. Temos o compromisso de envidar todos os nossos esforços para acelerar essa recuperação e recolocar a cooperativa no rumo do desenvolvimento sustentável o mais breve possível — afirmou Romeo Scofano, presidente da empresa, que está sob direção fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) há dois anos e sob risco de ser liquidada.
O Termo de Compromisso, capitaneado pelo Ministério Público do Estado do Rio, foi assinado no mês passado, reunindo, além da operadora, ANS, entidades representativas de hospitais, clínicas, laboratórios clínicos e regionais do sistema Unimed. Esta semana, foi validado pela rede prestadora de serviços da cooperativa. Prevê ainda aporte mensal dos cooperados no valor de R$ 10 milhões. E também o refinanciamento em 60 meses das dívidas da cooperativa.
Na semana passada, a operadora anunciou ter registrado um prejuízo de R$ 578 milhões em 2014 — resultado que já foi revisto este ano e bem acima dos R$ 199 milhões negativos inicialmente divulgados — e um lucro de R$ 30 milhões em 2015, ao invés de um resultado positivo de R$ 353 milhões conforme apresentado anteriormente. Os valores foram contabilizados após nova auditoria nas demonstrações realizada pela BKR. O passivo da Unimed-Rio soma R$ 1,9 bilhão.
A situação da operadora se agravou em outubro, quando a ANS recomendou a venda da carteira de beneficiários em 30 dias. Na época, fontes do setor informaram que a expectativa da agência reguladora era de que o Sistema Unimed apresentasse uma solução interna para atender os usuários da cooperativa, caso a recuperação não funcione. No mesmo mês, a Unimed-Rio contratou o banco Santander como assistente financeiro para atuar na captação de interessados em adquirir ativos da operadora, como hospital e postos de atendimento, por exemplo, para reduzir o endividamento.
Fonte: O Globo