Diante da onda de boatos sobre problemas que a Unimed Rio estaria enfrentando, o superintendente-geral da plano, Humberto Modenezi, garantiu que a operadora não passa por crise e que são comentários sem fundamentos as informações de que o plano não vem pagando hospitais, clínicas e médicos conveniados. Em recente entrevista à rádio CBN, o dirigente informou que há negociações pontuais para a dilatação de prazo de pagamentos, o que representaria de 10% a 20% da carteira da Unimed. Mas, segundo ele, todas as questões estão sendo negociadas, com prazo de dilatação de 15 dias. Já a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ), em matéria publicada no jornal O Globo, em 24 de agosto deste ano, informou que os dados financeiros da Unimed-Rio não mostram nenhuma anormalidade. Os números mais recentes são de março deste ano.
A agência reguladora afirmou ainda ao jornal que a quantidade de queixas contra a operadora caiu de março a junho. Sobre o descredenciamento de hospitais, a ANS explicou que convocou a Unimed-Rio para prestar esclarecimentos.
A matéria mostra que aquisição da carteira da Golden pela Unimed-Rio teria provocado problemas à cooperativa que passou a atuar em todo o país desde setembro de 2013, quando comprou a carteira de 160 mil usuários individuais da Golden Cross. Na reportagem, a Casa de Saúde São José informa que, em nenhum momento, interrompeu o atendimento a segurados da Unimed-Rio.
À rádio CNB, Humberto Modenezi informou, no entanto, que um dos motivos para a dilatação de prazos de pagamento se dá pelo fato de a empresa ter que fazer reserva técnica de R$ 440 milhões determinada pela ANS para cumprir legislação em vigor.
“Tivemos que fazer forte readequação devido à reserva técnica que serve para garantir qualquer pagamento a hospitais”, explicou o superintendente-geral da Unimed Rio, ressaltando que pequenos atrasos em pagamentos de fatura precisam ser liquidados rapidamente, “pois do contrário, a empresa terá que fazer provisão financeira”.
Modenezi reconhece que há boatos e rumores de que a Unimed não teria condições de manter seus pagamentos. Mas esclareceu que são problemas pontuais devido ao fluxo de caixa para fazer a reserva técnica para a ANS. Outro fator que contribuiu, de acordo como superintendente-geral, foi a construção do hospital próprio da Unimed na Barra da Tijuca, que acabou também absorver recursos. O dirigente da Unimed informou que já foram adotadas medidas para resolver o problema momentâneo de fluxo de caixa, “como a alongamento de prazo de financiamento com parceiros”.
Ele destacou ainda que comparativamente a chamada inflação médica, que mede os gastos dos planos de saúde, chega a 20%, enquanto o reajuste médio autorizado pela ANS para reajustes dos convênios individuais foi de 9%.
De acordo com o representante da Unimed Rio, o descredenciamento da Rede D’Or ocorreu por parte do próprio grupo. “Eles não viram interesse em manter o convênio ao perceber que o movimento deles caiu em razão da Unimed ter investido forte no hospital próprio na Barra da Tijuca. Não teria necessidade de manter o Barra D’Or conveniado, por exemplo, com uma unidade da própria da Unimed em frente”, afirmou Humberto Modenezi.
O presidente do Sindicato dos Hospitais do Rio de Janeiro, Fernando Boigues, reforçou que a inflação médica tem sido muito alta e que isso faz com que prestadores e operadoras tenham dificuldades em arcar pagamentos. Segundo ele, a entidade procurou a direção da Unimed Rio que garantiu que o problema de problemas no fluxo de caixa, que começou há dois ou três meses , é momentâneo. O plano, no entanto, se comprometeu que em dois meses a questão será solucionada.
Boigues afirmou que muitos prestadores estão deixando de atender planos não pelo fato de não recebem o reembolso, mas, sim, por não terem conseguido o reajuste das consultas e dos serviços que gostariam que fosse autorizado.