O Sisejufe, por meio da Secretaria de Mulheres, vem a público para se solidarizar com as servidoras, estagiárias e também com os servidores vítimas de assédio sexual e moral por parte do desembargador Guilherme Diefenthaeler, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O caso veio à tona na imprensa esta semana, após decisão do Conselho da Justiça Federal (CJF) de afastar cautelarmente o desembargador.
A direção do Sisejufe repudia a morosidade que tem ocorrido no âmbito do Poder Judiciário quando se trata de acolher denúncias, investigar e punir membros da magistratura acusados de assédio moral e sexual cometido contra servidoras e servidores, estagiários e terceirizados. No TRF2, o assédio e todo tipo de violência laboral ocorrem no dia a dia, contando, na maioria das vezes, com o silêncio das vítimas, que não desejam denunciar por não acreditar em punição e por temer a retaliação por parte dos seus algozes. A solução, quase sempre, é a relotação às custas de graves problemas de saúde física e mental. Até quando casos assim seguirão ocorrendo impunemente?
No caso do desembargador Diefenthaeler, o afastamento não repara os danos causados às vítimas, já que as situações de assédio ocorreram durante anos sem que nenhuma atitude fosse tomada por seguidas Administrações do TRF2 para impedir as ações do assediador.
O Sisejufe acompanha o caso desde 2016, quando surgiram as primeiras denúncias. Uma das servidoras assediadas procurou o sindicato e depois mais algumas vítimas participaram de reuniões com a direção que, desde então, acompanha o desenrolar dos fatos.
Em reportagem publicada no dia 18 de março, logo após a decisão do CJF, o jornal O Globo, detalhou que “foram apresentados 15 depoimentos sobre a conduta do desembargador, todos bem convergentes”. O modus operandi mencionado pelas testemunhas foi que Guilherme Diefenthaeler costumava contratar mulheres para cargos em seu gabinete, geralmente de fora do Rio de Janeiro, e depois iniciava o processo de assédio”.
Anny Figueiredo, secretária de Mulheres do Sisejufe, foi enfática ao comentar o afastamento de Diefenthaeler: “o que espero, como servidora pública, como dirigente sindical e como mulher é que haja justiça. Casos de assédio não podem ficar impunes e não podem demorar a serem resolvidos. Há denúncias robustas, testemunhas e, claro, há medo, também. Mas precisamos lembrar que o silêncio só fortalece a rede de abusos. Vamos confiar na justiça e seguir em frente. Que tudo seja apurado com rigor, transparência e punição severa”.
Segundo a reportagem d’ O Globo, procurado para se manifestar, o gabinete do desembargador informou que não poderia comentar o afastamento e as denúncias porque ainda não foi notificado oficialmente da decisão.
A assessoria de imprensa do regional disse, em nota: “ao tomar conhecimento da decisão do Conselho da Justiça Federal (CJF) de afastar cautelarmente o desembargador federal Guilherme Diefenthaeler, o TRF-2 informa que está tomando as providências para cumpri-lá.
Além de se solidarizar às vítimas desse absurdo e lamentável caso de assédio sexual e moral, o Sisejufe reafirma que está de portas abertas para escuta, acolhimento e enfrentamento a todos os casos de violência que aconteçam.