Após as chacinas praticadas no Rio de Janeiro em nome da política de segurança pública que em nada diminui a violência nem protege os cidadãos, especialmente mais pobres, o Brasil assistiu horrorizado ao assassinato de um trabalhador aposentado preto, pobre, com transtornos mentais por agentes da Polícia Rodoviária Federal. Policiais, em tese bem treinados, ao invés de tratarem Genivaldo Jesus dos Santos como alguém com seus direitos assegurados, colocaram-no na traseira do veículo da PRF e o asfixiaram até a morte com gás lacrimogêneo.
É inevitável a comparação com as câmaras de gás dos campos de concentração nazistas, uma vez que a lógica é a mesma, o modus operandi também, com os policiais demonstrando que não enxergavam Genivaldo como um ser humano merecedor de respeito e de ter sua vida preservada.
Infelizmente é mais um ato brutal e trágico que se soma ao momento que vivemos no Brasil, consequência por um lado do racismo estrutural que permeia nossa sociedade e, por outro, lado da necropolítica conduzida por esse governo genocida, que minimiza as quase 700 mil mortes da pandemia, aplaude assassinatos praticados por agentes de segurança do Estado, defende a violência nas relações sociais e políticas. Aliás, não é à toa que membros do governo e seus cúmplices no Congresso sistematicamente usam referências nazistas em suas falas ou textos.
O Sisejufe se solidariza com a família de Genivaldo e repudia veementemente o assassinato e a tentativa por parte do governo de minimizar o crime. Desejamos justiça para mais essa família destroçada pela violência do Estado paramilitar constituído no nosso país.
Racistas e fascistas não passarão!