O Sisejufe repudia as distorções feitas pelo jornal Estadão em matéria publicada nesta terça-feira com a manchete “Brasil é o sétimo país do mundo que mais gasta com salários de servidores públicos”, elaborada com base em dados da Secretaria do Tesouro Nacional tendo como amostra 74 países.
O comparativo internacional proposto na matéria é questionável, uma vez que a metodologia do FMI inclui imputações contábeis de previdência que variam entre países.
As comparações de gastos com o funcionalismo entre o Brasil e países do chamado “Primeiro Mundo” são tendenciosas, uma vez que basta um mínimo de coerência para se verificar que as especificidades de cada país não podem ser comparativo de gastos, pois o Brasil é um país onde a universalidade de muitos serviços é gratuita, enquanto nestes chamados “países desenvolvidos”, os serviços são pagos, como Educação e Saúde.
Não está correto, ainda, afirmar que “um histórico de aumentos acima da inflação nos salários também contribui para o quadro”, haja vista que 80% dos servidores da União estão com remuneração nominalmente congelada desde 2017, e os demais não têm reposição inflacionária desde 2019.
Em nota, a Anfip (Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil) rebate os dados da reportagem e opina que fica evidente a parcialidade propagada pelo jornal “O Estado de São Paulo” pois se baseou em fatos inverídicos apresentados por uma entidade ultraliberal a serviço do capital especulativo e que sempre incentiva a tomada dos serviços públicos por empresas privadas para obter lucro, seja por meio da privatização de empresas estatais, seja para a tomada destes serviços por trabalhadores(as) terceirizados(as), sem estabilidade e comprometimento com a honestidade que requer o exercício profissional dos(as) servidores(as) de carreira que entram pela via do concurso público.
Como estamos numa guerra contra a PEC 32, diz a Anfip, matérias como estas servem para inflamar os ânimos, pois se baseando em mentiras, o governo e setores rentistas acreditam que a opinião pública vai aceitar como verdade o que não é. Neste ponto, organizações de mídia neoliberais servem de apoio a quem pretende implantar o Estado Mínimo, sem qualquer garantia de bem atender à população.
Este ataque do Estadão só reforça a tese de que parte da grande mídia apoia as forças nebulosas do capital, que estão de olho na lucratividade que poderá advir com o enfraquecimento da máquina pública sem servidores(as) concursados(as) de carreira, criando a possibilidade de se privatizar alguns atendimentos, como também de se colocar pessoas indicadas pelos partidos políticos em órgãos públicos, que, em sua maioria, não têm compromisso com a honestidade e o bem servir ao povo brasileiro de forma igualitária e gratuita.
Com informações da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público e Anfip