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Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Sisejufe realiza reunião com presidência do TRT 1 para solicitar apoio à campanha contra assédio moral

Agenda aconteceu na última terça-feira (11/11), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

A diretora e membro do departamento de Saúde e Combate ao Assédio Moral, Carla Nascimento, a diretora e coordenadora do Departamento de Cultura, Helena Cruz, a presidente do Sisejufe, Lucena Pacheco Martins, o presidente do TRT 1, desembargador Roque Lucarelli, o coordenador do Subcomitê de Prevenção e Combate à Violência Laboral, ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a Todas as Formas de Discriminação no 1º grau, desembargador José Luis Xavier, a assessora política do sindicato, Vera Miranda e a presidente da Amatra, Daniela Valle da Rocha Muller (Reprodução/acervo Sisejufe)

O Sisejufe realizou, no dia 11 de novembro, a segunda reunião para solicitar apoio aos tribunais acerca da campanha contra assédio moral no ambiente de trabalho, que está sendo realizada pelo sindicato. Participaram do encontro o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, o desembargador Roque Lucarelli Dattoli; o desembargador José Luis Campos Xavier, que é coordenador do Subcomitê de Prevenção e Combate à Violência Laboral, ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a Todas as Formas de Discriminação no 1º grau; e a presidente da Amatra, Daniela Valle da Rocha Muller. Representaram o sindicato a presidente Lucena Pacheco Martins; a diretora e membro do departamento de Saúde e Combate ao Assédio Moral, Carla Nascimento; a diretora e coordenadora do Departamento de Cultura, Helena Cruz; e a assessora política Vera Miranda. A agenda foi realizada no mesmo dia em que houve a primeira reunião sobre o assunto, na sede da SJRJ.

Dando andamento à urgente pauta, a presidente do Sisejufe apresentou aos desembargadores, através de um portfólio, a campanha de conscientização contra o assédio moral no ambiente de trabalho, em andamento nos canais do sindicato. Com publicações informativas, com base em materiais confiáveis, como as cartilhas do Ministério Público do Trabalho, prezando sempre uma linguagem de fácil compreensão, o Sisejufe busca conscientizar os servidores e servidoras, assim como magistrados, das possíveis formas em que o assédio moral pode se manifestar, bem como alertar sobre o que não é assédio dentro de uma estrutura hierárquica. O intuito das reuniões é solicitar apoio dos tribunais para uma ampla divulgação da campanha, a fim de promover locais de trabalho mais justos, empáticos e saudáveis para todos.

As publicações criadas pela equipe de comunicação do Sisejufe e pelo cartunista Lucas Naylor exemplificam posturas que figuram como assédio moral e esclarecem quais atitudes não são consideradas assédio.  Além disso, como parte da campanha, o Sisejufe lançará, em breve, a Consulta Pública sobre Percepções de Assédio no Judiciário Federal do Rio de Janeiro. A consulta tem o objetivo de ajudar a identificar situações e práticas abusivas; propor ações de prevenção e acolhimento; cobrar medidas institucionais; e reforçar políticas de respeito, escuta e proteção. A consulta será totalmente anônima a fim de preservar o trabalhador e garantir o direito de relatar o que tem passado sem risco algum.


O presidente do TRT 1, desembargador Roque Lucarelli, lê com atenção o material do Sisejufe (Reprodução/acervo Sisejufe)

O coordenador do Subcomitê de Prevenção e Combate à Violência Laboral, ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a Todas as Formas de Discriminação no 1º grau,  José Luis Xavier, acolheu a proposta de trabalho conjunto e afirmou que a união é o melhor caminho para avanços significativos em relação a assédio no ambiente profissional. “O Poder Judicial é uma estrutura muito simples de hierarquia: juiz e servidor. Vamos colocar assim. Ainda hoje, com toda a explosão de informação que as pessoas têm, e por todos os canais, por qualquer canal que você queira usar, você tem uma espécie de um temor muito grande. A gente ainda sofre, e esse é um dos grandes desafios do Subcomitê: trazer a figura do ofendido ou do assediado, para que ele possa entender que o tribunal, o organismo do tribunal, não é uma máquina de assédio. A gente pode ter, em certas unidades, mas isso aqui não é um triturador de gente. A sensação que eu tenho é de que ainda as pessoas têm medo. O medo agora já não é mais de falar que foi assediado, mas o medo de denunciar. E esse medo de denunciar é que a gente precisa enfrentar. Porque a gente não consegue ultrapassar essa fase enquanto as pessoas se sentirem à vontade”, opinou. 

José Luiz acrescentou: “esse desafio a gente só consegue esclarecendo, esclarecendo, esclarecendo. Entendendo o fenômeno, estudando o fenômeno. O presidente Roque, quando era moderador do subcomitê e agora que é presidente do tribunal, dá muita margem de atuação para o subcomitê. Ele não inibe as atuações. Então, todo esse esforço conjunto do sindicato, da associação, do próprio tribunal e da própria instituição, tem que ser considerado. A gente precisa trabalhar junto. Não vejo hipótese das coisas melhorarem se não for atuação conjunta”. 

O coordenador do Subcomitê admitiu que todos ainda que estão engatinhando na questão do combate ao assédio. “A gente tem muita informação, a gente tem muita bibliografia sobre o tema, mas as pessoas ainda se sentem acuadas em denunciar. A gente precisa pular esse muro de medo”, comentou.

O desembargador elogiou o material produzido pelo sindicato. “Vejo que fizeram com muita propriedade, não é uma coisa lançada, é uma coisa aprofundada. E isso é bom, porque serve para o tribunal estudar e estabelecer uma crítica melhor. Não dá pra pessoa entrar aqui boa e sair doente. Não existe isso. A gente está acabando a terceira década do século XXI. O homem quer colonizar Marte e a gente ainda está falando de coisas do século passado”, enfatizou.


Participantes da reunião na sede do TRT 1 (Reprodução/acervo Sisejufe)

A diretora do Sisejufe, Carla Nascimento, reiterou o que foi dito pelo presidente do TRT 1 e o coordenador do Subcomitê e afirma a importância da campanha e do material: “A gente recebe todo mês servidores buscando orientação, acolhimento. E o que a gente vê é que muita coisa poderia ser evitada se os gestores, inclusive os magistrados, tivessem uma formação. Porque senão é isso, a gente fica só enxugando gelo, quando na verdade a gente não mexe na causa, mas na base, que é justamente a prevenção, que é um dos objetivos da política”, observou a dirigente.

O sindicato está aberto a receber a todas e todos que precisem de apoio, além de oferecer assessoria jurídica. O acolhimento é sigiloso, seguro e comprometido com sua saúde e dignidade. O Sisejufe acredita que o respeito e a empatia constroem relações de trabalho mais humanas, seguras e produtivas. Assédio moral é violência. Denuncie. Cuide de você e de quem trabalha com você. Ambientes saudáveis são construídos com respeito, diálogo e solidariedade.

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