Os trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal se reuniram, no início da tarde desta terça-feira (02), em frente à sede do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) num ato em defesa das urnas eletrônicas, da democracia e pela recomposição salarial. A mobilização, organizada pelo Sisejufe, faz parte do calendário de atividades do Apagão Nacional do Judiciário pelo reajuste salarial, convocado pela Fenajufe.
Por volta das 11h, os servidores se reuniram na porta do TRF2 e do TRT Lavradio com cartazes, faixas e apitos. Diretores do Sisejufe concentraram os participantes e seguiram juntos até o TRE, onde aconteceu um grande ato com a participação de mais de 60 servidores até às 14h.
O diretor do sindicato Ricardo Quiroga afirmou que a mobilização é necessária para pressionar o STF a incluir a recomposição salarial na previsão orçamentária de 2023, pressionar os parlamentares pela aprovação dos projetos de interesses dos servidores (como a recomposição inflacionária emergencial dos salários; Nível Superior para Técnicos etc) e também para lutar pela democracia, garantindo um processo eleitoral livre, justo e democrático. “Nossa luta tem sido pela recomposição salarial. É bom lembrar que já tivemos perdas muito grandes com a Reforma da Previdência, além da própria inflação que vai corroendo nosso poder de compra. E, claro, também estamos na luta em defesa da democracia e da garantia do processo democrático. Nossos colegas da Justiça Eleitoral estão sob ataque constante já que o presidente de plantão questiona as urnas eletrônicas e o processo democrático porque não tem nenhum apreço pela democracia. Com fake news e todo tipo de manipulação, tenta colocar a população contra as urnas eletrônicas e faz isso para tentar justificar sua possível derrota.”
O diretor jurídico do Sisejufe e servidor do TRE, Lucas Costa, agradeceu a presença de todos e disse que essa mobilização é importante demais: “É um ato em defesa da democracia brasileira e isso congrega a todos nós. Um ato que defende nosso direito de votar e de ser votado. Um ato que reconhece a segurança e a organização das nossas eleições, o direito do cidadão de exercer essa cidadania indo lá votar. Temos que garantir que nosso sistema democrático continue íntegro. Garantir e defender as nossas instituições contra os ataques antidemocráticos promovidos inclusive pelo Governo Federal e seus asseclas. E é também um ato para pressionar o ministro Fux e os ministros do STF para que encaminhem o orçamento para o Congresso, para o Executivo, prevendo o reajuste da categoria em 2023. As servidoras e os servidores da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral exigem respeito, exigem segurança e exigem o reajuste porque já perderam mais de 25% do seu poder de compra graças ao congelamento salarial promovido pelo ministro Guedes e sua patota. Falaram que iam botar uma granada no bolso do servidor e foi exatamente isso que fizeram: congelaram o salário do servidor público”.
O diretor do Departamento de Acessibilidade e Inclusão (DAI), Ricardo de Azevedo Soares, chamou a atenção para outro ponto importante sobre o processo democrático e as urnas eletrônicas: “Quero destacar que a urna eletrônica trouxe dignidade e cidadania para o segmento fundamentalmente das pessoas com deficiência visual nesse país. O que esse escroque que está sentado na cadeira da presidência da República quer fazer é excluir o segmento das pessoas com deficiência visual do voto. Segregar, excluir. É isso que ele quer. Sabe como era antigamente para deficiente visual votar antes das urnas eletrônicas? Aqui no Rio, por exemplo, eram só dois postos especializados onde os deficientes visuais podiam votar e com ajuda de terceiros. Então, a urna eletrônica fez isso: trouxe dignidade e cidadania.”
O diretor João Victor Albuquerque destacou a relevância de se defender os servidores da Justiça Eleitoral, que são responsáveis pela eficiência e confiabilidade das eleições. E alertou que os trabalhadores da JE não podem ter complacência com esse governo que os acusa de participarem de fraudes eleitorais: “O presidente diz que vocês são criminosos quando, na verdade, o criminoso é ele. Ele comete crimes todos os dias. Crime contra o SUS, contra o serviço público… É por vocês, servidores da Eleitoral, que estamos aqui porque a gente apoia a Justiça Eleitoral e sabe da importância de vocês para que as eleições ocorram de forma transparente”.
A diretora de Saúde e Combate ao Assédio Moral, Andréa Capellão, salientou a importância da participação de todos, sindicalizados ou não: “É de suma importância que os colegas se engajem na luta, também, porque o momento é muito difícil. Se não puderem ir presencialmente nos atos e mobilizações, que se informem, acompanhem as notícias em nosso site e redes, curtam nossas postagens e compartilhem as informações. O Judiciário vem sendo atacado por esse desgoverno há muito tempo. Todos nós já sentimos os reflexos dessa desvalorização. Precisamos nos unir. Nos unir para termos um reajuste salarial, para termos valorização da carreira, para acabar com essa história de desjudicialização do processo de execução. É isso: precisamos nos unir.”
Além do ato no Rio de Janeiro, a delegação do Sisejufe marcou presença também em Brasília com diversos diretores e servidores participando do Apagão Nacional do Judiciário. Os detalhes da mobilização na Capital Federal estão disponíveis neste link.