Nesta quinta-feira, dia 24, a partir das 16h, na Candelária, acontecerá a concentração para o ato “Pelo Fim da Violência Policial e de Estado! Nossas crianças e o povo negro querem viver”.
O Sisejufe, através do Coletivo de Negros e Negras do sindicato, participará do ato e convida todos e todas a também participarem da mobilização.
Em Plenária Nacional de Movimento Negros de todo país – que aconteceu virtualmente na noite de 10 de agosto e contou com a participação de mais de 250 representantes das diversas organizações de movimentos negros, periféricos e favelados de todo o país -, foi deliberado o início de uma grande jornada de lutas pelo fim da violência racista da polícia, das chacinas e assassinatos através de operações como as que estão em curso em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia.
A primeira ação desta jornada foi convocada para o dia 24 de Agosto porque marca a data de morte de Luiz Gama, quando devem ser promovidas manifestações de rua em todos os estados brasileiros.
No dia 15 de agosto, o Sisejufe cedeu seu auditório para realização da Plenária Estadual Pelo Fim da Violência Racista da Polícia”, organizada pelos movimentos sociais e negros do estado do Rio de Janeiro. O evento foi uma preparação para o início das mobilizações que começam dia 24.
Quem foi Luiz Gama
Luiz Gama nasceu em Salvador, no ano de 1830. Era filho de um português branco e rico e de uma ex-escravizada que àquela época já estava livre. Pela lei, filho de mãe livre, também era livre, mas aos 10 anos, seu pai o vendeu como escravizado.
Assim, Gama veio parar em São Paulo, onde permaneceu nessas condições até os 18 anos, quando conseguiu reunir provas de que era ilegal mantê-lo como escravizado. Então, fugiu.
Um ano antes da fuga, aprendeu a ler e escrever, a partir desse momento se tornou um estudioso das letras. E, em 1850, decidiu se candidatar ao curso de Direito do Largo de São Francisco – sendo recusado por ser negro. Mesmo assim, estudioso que era, aprendeu sozinho a advogar.
Um de seus feitos mais marcantes e importantes para a história foi o uso da advocacia para ajudar na libertação de pessoas escravizadas. Em uma época em que a escravidão já estava abolida em outros países, o Brasil até dava sinais de que começaria a mudar com a proibição do tráfico transatlântico, mas a verdade era que, por baixo dos tapetes, milhares de negros africanos continuavam sendo sequestrados e trazidos a força para serem escravizados aqui – o que já era ilegal até para a época.
Ao que se sabe, foram no mínimo 500 pessoas libertadas por ações de Luiz Gama. Mas a verdade é que este número pode ser ainda maior, já que o Tribunal de Justiça de São Paulo apresenta uma centena de processos com seu nome.
Mesmo com tanta luta pela liberdade, Luiz Gama não viveu para ver a escravidão ser abolida oficialmente no país, em 1888. Morreu em um 24 de agosto como hoje, em 1882.
Fortaleça a sua entidade sindical. Filie-se ao Sisejufe diretamente neste link. Siga nossas redes no Instagram, Facebook e YouTube. Acompanhe sempre com a gente as notícias de interesse da categoria!!!