O 8 de março foi marcado por manifestações em todo o Brasil. Trabalhadoras, sindicalistas, ativistas sociais, estudantes, mães com crianças pequenas e até com bebês de colo… as ruas ganharam bandeiras, faixas, cartazes e muitas vozes nesta terça-feira para mostrar a importância e a força das pautas feministas.
No Rio de Janeiro, o ato foi pela vida das mulheres, por empregos, direitos e justiça reprodutiva. Após dois anos sem o #8M por conta da pandemia da Covid-19, as mulheres estavam em marcha contra o machismo, o racismo, a violência e a misoginia. A política também deu o tom dos discursos: além de ressaltar a urgência de se aumentar a representação feminina nas eleições, o que mais se ouvia, em alto e bom som, eram as frases “Fora Bolsonaro” e “Bolsonaro nunca mais!”.
O Sisejufe esteve representado pela presidenta Eunice Barbosa e as diretoras Soraia Marca e Helena Cruz, além da assessora política Vera Miranda.
“Estivemos nas ruas pelas vítimas do feminicídio, da violência nas cidades e no campo, pelas vítimas das guerras, pelas vítimas da fome e do abandono do estado. Estivemos nas ruas pelas mães da Candelária, pelas mães de Acari, pelas mães que choram a matança e encarceramento em massa de seus filhos e filhas. Estivemos pelas mulheres trabalhadoras que sofrem com o desemprego, com a carestia, com a precarização das relações de trabalho, com a precarização da vida. Estivemos nas ruas por Marielle, por democracia e por liberdades. Estivemos pelas mulheres trabalhadoras do serviço público, que dedicam sua vida para servir a população, foram as maiores vítimas da pandemia e amargam mais de 5 anos com salários defasados. Nós, as mulheres do Sisejufe, sempre marcharemos com as outras mulheres, até que todas sejamos livres”, exaltou Eunice Barbosa.
Para a diretora Helena Cruz, o ato de ontem vai ficar marcado na memória. “Foi um dia diferente, foi especial… Depois de dois anos sem ter o 8M, enfim pudemos novamente ir às ruas mostrar o quanto nós, mulheres, continuamos fortes, engajadas e guerreiras. Me senti mais viva do que nunca”, afirmou.
A diretora Soraia lembra que há muitas questões envolvidas nas lutas feministas. “Em pleno século XXI, ainda assistimos, inertes, mulheres apanhando de homens nas ruas ou em suas casas. Estamos presenciando uma sequência de ataques do governo aos direitos da classe trabalhadora de um modo em geral, uma sequência de projetos que retiram direitos historicamente conseguidos por meio de muita luta e sangue de pessoas que vieram antes de nós traçando o caminho, dentre estas, mulheres que se dispuseram a lutar para existir como pessoas detentoras de direitos. A PEC do Teto, reforma trabalhista, reforma Previdenciária e reforma administrativa cuja aprovação ainda pode acontecer são exemplos destes ataques e não podemos esquecer que nós, mulheres, somos as mais prejudicadas, as primeiras a serem demitidas… Fomos as mais prejudicadas durante a pandemia que nos obrigou a cumprir tripla jornada de trabalho. Por isso, precisamos sim estar nas ruas, não só como mulheres, mas como instituição para lutar não apenas pelo direito à vida, mas por maior representatividade nos espaços de poder, por equidade de direitos e por respeito… Nossa voz não será calada e estaremos em luta não apenas no 8 de março, mas todos os dias”, ressalta a dirigente sindical.