O Sisejufe participou do 6º Simpósio da Escola Judicial do TRT1, em parceria com o Programa Trabalho Seguro do TRT1, para debater sobre o tema “Saúde Mental nas Relações de Trabalho: Reflexões Sobre Meio Ambiente de Trabalho e a Saúde como Direito Fundamental”. O evento aconteceu nesta quinta-feira (10/9), no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, de forma telepresencial. O sindicato foi representado pela presidente, Lucena Pacheco Martins, que compôs a mesa de abertura, e as diretoras Carla Nascimento e Vera Pinheiro.
O Simpósio contou com mesa de abertura e dois painéis, sobre os assuntos “Meio ambiente de trabalho, saúde e relações laborais: a regulação como instrumento de prevenção do adoecimento psíquico e do suicídio” e “O futuro do trabalho e as dimensões do direito fundamental à saúde mental”.
Durante a conversa, os palestrantes debateram sobre a importância de um ambiente de trabalho saudável na manutenção da saúde mental do trabalhador e a relevância de ferramentas de prevenção ao suicídio, como o Centro de Valorização da Vida, além de outros tópicos acerca de saúde mental no âmbito profissional. O Oficial de Justiça aposentado do TRT da 2ª Região, Ivo Oliveira Farias, contou, em depoimento no primeiro painel da tarde, que, após perder a filha, vítima de suicídio, decidiu se tornar um voluntário no CVV, transformando a dor em instrumento de acolhimento e precaução.
A presidente do Sisejufe, Lucena Pacheco Martins, e as diretoras do sindicato, Vera Pinheiro e Carla Nascimento, durante o 6º Simpósio da Escola Judicial do TRT1 (Reprodução/acervo Sisejufe/Zoom)
Na mesa de abertura, a presidente do Sisejufe, Lucena Pacheco Martins, reforçou a urgência de se assegurar um ambiente acolhedor e que dialogue com o trabalhador público, seja servidor ou magistrado, pautando que nenhum objetivo corporativo deve estar acima do maior bem constitucional: a vida.
“Estamos em pleno Setembro Amarelo, mês em que lembramos que toda morte por suicídio é devastadora, mas muitas podem ser prevenidas se quebrarmos o silêncio, reduzirmos os estigmas e fortalecermos as redes de apoio. Sabemos, no entanto, que a prevenção exige mais: políticas institucionais permanentes e um olhar para dentro das nossas próprias organizações”, introduz Lucena, que continua.
“A Organização Mundial da Saúde define ambiente de trabalho saudável como aquele em que trabalhadores e gestores cooperam em um processo contínuo de promoção de saúde, segurança e bem-estar. E a própria ONU reconheceu, em 2022, que um meio ambiente saudável é um direito humano fundamental. Essa compreensão deve se estender também para dentro das instituições públicas: um ambiente de trabalho saudável é direito de servidoras, servidores e magistrados.
No Judiciário, enfrentamos sobrecarga, déficit de pessoal e metas cada vez mais exigentes. Por isso, é urgente reafirmar: nenhuma meta pode estar acima da vida. Um ambiente institucional saudável significa acolhimento, diálogo, diversidade, pertencimento, reconhecimento e condições que permitam não apenas produtividade, mas também dignidade”.
Por fim, a presidente reafirmou a relevância do encontro: “Que este simpósio seja um marco de compromisso para que a nossa comunidade interna, servidoras, servidores, magistradas e magistrados, terceirizados, tenha assegurado o direito ao bem-estar e a um ambiente de trabalho saudável”.
O Centro de Valorização da Vida existe desde 1962 e atua em todo o país, com um corpo de atendimento formado apenas por voluntários que atendem 24h por dia pelo telefone, discando 188, chat, e-mail e pessoalmente. Se precisar de ajuda, entre em contato com o CVV. Você não está sozinho, sua vida é seu bem mais precioso. Leia aqui matéria sobre o tema.