O Sisejufe esteve presente no 11º Encontro Mundial da Deficiência Visual, realizado em São Paulo entre os dias 1º e 5 de setembro. Representaram o sindicato os diretores Dulavim de Oliveira Lima Júnior, secretário Jurídico, e Ricardo de Azevedo Soares, coordenador do Departamento de Acessibilidade e Inclusão.
O encontro, considerado o mais importante fórum internacional sobre deficiência visual, trouxe ao Brasil debates sobre políticas públicas, tecnologias assistivas, mobilidade urbana, educação, mercado de trabalho e participação política das pessoas cegas e com baixa visão. A programação intensa incluiu, ainda, uma exposição de tecnologias e serviços, a realização de oficinas temáticas, palestras, workshops interativos, apresentações culturais e trocas de experiências. O objetivo foi impulsionar uma jornada transformadora que impactará na inclusão e acessibilidade de mais de 300 milhões de pessoas cegas e com baixa visão em todo o planeta.
A edição de 2025 foi histórica por marcar a primeira vez que ocorreu na América Latina, ampliando a visibilidade das demandas regionais e fortalecendo a voz do movimento latino-americano no cenário internacional.
Temas em destaque e soluções inovadoras:
200 Anos do Braille
O sistema Braille foi celebrado como uma ferramenta essencial para a educação, comunicação e inclusão social, discutindo sua relevância na era digital e da Inteligência Artificial (IA). Houve o lançamento de um pacto global para os sistemas Braille, com o objetivo de aumentar a conscientização e influenciar políticas para garantir acesso a informações nesse formato.
Tecnologia e Inteligência Artificial
A Meta destacou o potencial da IA para melhorar a acessibilidade, descrever ambientes, ler documentos e transcrever mensagens em tempo real, enfatizando a colaboração comunitária no desenvolvimento de soluções. Outras discussões incluíram o uso de dispositivos como Alexa para educação digital e aplicativos como o Be My Eyes, que conecta pessoas cegas a voluntários ou IA para assistência visual.
Emprego para Todos
O painel sobre empregabilidade abordou a inovação e diversidade no mercado de trabalho global, com foco em superar barreiras atitudinais e estruturais, promover educação inclusiva de qualidade e garantir acessibilidade nos ambientes de trabalho. Foram apresentados modelos como o programa Ágora da Fundação ONCE América Latina, que conecta pessoas com deficiência visual a oportunidades de emprego, e iniciativas de empreendedorismo, como a Seing Hands Nepal.
Educação Inclusiva
Sessões debateram a transformação de sistemas educacionais, intervenção precoce e a importância do Braille no processo de alfabetização. O programa modelo da Perkins no Brasil e as políticas de educação inclusiva da cidade de São Paulo foram apresentados como exemplos. Foi ressaltada a necessidade de professores capacitados e materiais acessíveis para garantir a qualidade da educação de crianças e adolescentes com deficiência visual.
Emergências Humanitárias
A necessidade de protocolos que garantam a prioridade no resgate de pessoas com deficiência em situações de desastre ambiental foi discutida, com a apresentação de exemplos e recomendações de países como Bangladesh, Japão e Filipinas.
Por um mundo mais inclusivo
Dulavim de Oliveira no Encontro Mundial de Deficiência Visual / Crédito da foto: acervo do Sisejufe
O diretor Dulavim de Oliveira ressaltou que a mensagem central que ressoou ao longo dos dias foi a de que “Juntos somos mais fortes. Todos juntos para um mundo mais acessível, mais inclusivo, com mais respeito e mais protagonismo”.
“O evento reforçou a importância da cooperação internacional, da participação ativa da sociedade civil e do engajamento de jovens e adultos para a construção de uma sociedade que verdadeiramente contemple os direitos e as potencialidades de todas as pessoas com deficiência visual”, acrescentou o sindicalista.
Para o Sisejufe, a participação no evento reafirma o compromisso do sindicato com a promoção da acessibilidade, da inclusão e da igualdade de direitos, tanto no serviço público quanto na sociedade em geral.
Ricardo Soares no evento sobre deficiência visual ocorrido em São Paulo / Crédito da foto: acervo do Sisejufe
“Foram momentos bem importantes os vividos nesses dias em São Paulo durante o Encontro Mundial da Deficiência Visual, pois tivemos a oportunidade de trocarmos experiências e vivências distintas com pessoas de todos os continentes do planeta. Pessoas com deficiência visual de todos os lugares do mundo puderam discutir questões que nos afetam em nosso cotidiano. Sem qualquer dúvida foi enriquecedor”, declarou o coordenador do DAI, Ricardo Soares.
O dirigente comentou, ainda: “Acreditamos que podemos influir e sermos influenciados positivamente nessa troca. Além das palestras e assembléia da União Mundial de Cegos, tivemos também diversos estandes que se fizeram presentes com suas exposições e também com venda de produtos importantes em nosso dia-a-dia”.
Para Ricardo, apesar de alguns problemas estruturais, as experiências positivas superaram os dissabores. “Aprender com os erros é importante para as avaliações de uma próxima organização deste tipo de evento. Uma pena que, muito provavelmente, não teremos nesta existência outra oportunidade, visto que até chegar a nossa vez novamente, não deveremos estar mais por aqui. Muito relevante também foi o fato de podermos ter uma representatividade do Brasil na diretoria que foi eleita para a UMC neste mandato”, conclui o diretor.
