O Sisejufe participou ativamente da 27ª Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba (Conasol), realizada entre os dias 19 e 21 de junho de 2025, no campus da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória. Representando o sindicato, esteve presente a diretora e secretária de Mulheres, Anny Figueiredo, que levou para os debates o compromisso do Sisejufe com a luta internacionalista, a defesa da classe trabalhadora e a construção de uma solidariedade concreta com o povo cubano e com os trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo.
A participação do Sisejufe na Conasol é expressão direta da resolução aprovada no 12º Congrejufe, que deliberou pela adoção de uma política permanente de solidariedade internacional, com ênfase no fortalecimento das lutas das mulheres cubanas e do povo trabalhador da ilha, profundamente impactado pelos mais de 60 anos de bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos.
- Leia neste link a resolução, nas páginas 7 a 9
Mais do que um gesto simbólico, essa participação integra uma estratégia de fortalecimento da luta sindical também no plano internacional, numa conjuntura em que os ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras — especialmente do serviço público — estão articulados globalmente.
“A luta da classe trabalhadora é uma só, no Brasil, em Cuba e em qualquer lugar do mundo. O bloqueio a Cuba não é apenas uma agressão à sua soberania, mas parte da mesma lógica imperialista que tenta desmontar o serviço público, precarizar o trabalho, promover guerras jurídicas (lawfare) e perseguir governos progressistas. Por isso, nossa presença aqui é também uma defesa da nossa própria luta no Brasil”, afirmou Anny Figueiredo durante a convenção.
Construindo a luta internacionalista e sindical
Ao longo dos três dias da Conasol, o Sisejufe participou de debates sobre os impactos do bloqueio, a ofensiva neoliberal no mundo, o avanço do fascismo, do lawfare e da desinformação como instrumentos de controle político e econômico.
Entre as atividades, destacam-se:
•A criação formal do Grupo de Sindicalistas Brasileiros Solidários com Cuba, do qual o Sisejufe passou a fazer parte, junto com centrais sindicais e outros sindicatos.
•A reorganização do Grupo de Jornalistas e Comunicadores Amigos de Cuba, estratégia fundamental para combater as fake news e as narrativas de criminalização da ilha.
•A renovação do compromisso do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, presidido pela deputada federal Alice Portugal, e o apoio institucional de parlamentares e representantes do governo brasileiro à luta contra o bloqueio.
•A realização dos Grupos de Trabalho temáticos, onde o Sisejufe integrou, especialmente, os debates do GT de Mulheres, reafirmando a importância das pautas feministas e a necessidade de fortalecer a aplicação das Convenções 151 (negociação coletiva no serviço público) e 190 (combate à violência e ao assédio no mundo do trabalho) da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Negociação coletiva no serviço público: uma pauta internacional
Durante sua intervenção no GT de Mulheres e em outros espaços da Convenção, o Sisejufe ressaltou que a luta pela regulamentação da negociação coletiva no serviço público no Brasil — atualmente em debate no Congresso Nacional — é também parte de uma disputa internacional.
A pressão dos organismos multilaterais e do capital financeiro sobre os Estados busca precarizar o serviço público em escala global, impondo reformas, restrições e cortes de direitos. Por isso, a defesa da Convenção 151 da OIT e sua efetiva aplicação no Brasil é um elemento central da resistência dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, dialogando diretamente com a luta contra o bloqueio a Cuba e outras formas de opressão econômica e política no Sul Global.
“É fundamental que nossa voz ecoe também na OIT e nos espaços internacionais. Nossa luta por negociação coletiva, valorização e respeito aos trabalhadores e trabalhadoras públicos precisa ser entendida como uma luta global, articulada contra um mesmo projeto de dominação que atinge Cuba, a América Latina e todos os povos que se levantam contra o imperialismo e o neoliberalismo”, destacou Anny Figueiredo.
Carta de Vitória e os compromissos assumidos
A Conasol foi encerrada com a aprovação da “Carta de Vitória”, documento que sintetiza os compromissos da militância brasileira com a soberania de Cuba e com as lutas internacionais por justiça social, autodeterminação dos povos, combate ao imperialismo, ao fascismo e ao lawfare.
Entre os principais pontos da Carta estão:
•A exigência do fim imediato do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos EUA a Cuba;
•A retirada de Cuba da lista dos “países patrocinadores do terrorismo”;
•A construção de redes internacionais antifascistas e anticoloniais;
•O fortalecimento das campanhas solidárias, incluindo a doação de 105 máquinas industriais de costura para a Federação das Mulheres Cubanas (FMC) — campanha à qual o Sisejufe aderiu, conforme aprovado no 12º Congrejufe;
•A defesa da autodeterminação dos povos e o apoio às lutas da Palestina, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Saara Ocidental e Irã;
•A luta contra o lawfare, como instrumento de perseguição a lideranças progressistas e de criminalização da política no Sul Global.
- Leia a carta neste link.
Seguimos internacionalistas, feministas e solidários
A participação do Sisejufe na Conasol reafirma que não há luta local sem articulação internacional. Defender Cuba, lutar contra o bloqueio e pela soberania dos povos é também defender o serviço público, os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e a democracia no Brasil.
Por isso, o Sisejufe segue comprometido com a construção de uma solidariedade internacionalista, feminista, antirracista e anticapitalista.
Participe da campanha solidária às mulheres cubanas!
PIX: 31.252.290/0001-94
E-mail: igb@institutogenildobatista.org.br
Saiba mais no site da campanha
Porque ninguém solta a mão de Cuba. E ninguém solta a mão da classe trabalhadora.
Abaixo, mais alguns momentos do evento: