No momento em que o país chega a 414 mil mortos por conta da Covid-19, o Judiciário Federal perde mais um servidor em decorrência da doença. O oficial de justiça da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, Francisco Arruda Viana, faleceu nesta quinta-feira (06/05), segundo comunicado da família. Ele estava internado em UTI e e
intubado há vários dias. Deixou uma filha ainda menor de idade.
Arruda, como era mais conhecido, trabalhava na JF desde 1989, tendo exercido suas atribuições funcionais na Capital e na Subseção de Niterói. Era um dos oficiais de justiça mais respeitados no estado em razão da longa experiência ininterrupta no cumprimento de mandados judiciais. Sempre foi um profissional de trabalho, que dividia suas experiências com os colegas e se disponibilizava a colaborar em diligências mais complexas.
O oficial de justiça Luis Gustavo, lotado na Central de Mandados de Niterói) lamentou a perda do amigo, que conhecia de longa data. “Eu ainda estudava para concurso e o Arruda já era oficial. Saímos do curso de Processo Civil e fomos tomar um café. Lembro como se fosse hoje… O reencontrei anos mais tarde aqui em Niterói na Justiça Federal. Me recebeu de braços abertos. Sempre solícito , pronto pra ajudar! Não foram poucas as vezes em que pude contar com ele. Esteve comigo em momentos difíceis, na vida e no cumprimento de alguns mandados. Se prontificou a me ajudar sem que eu pedisse. Vou sentir saudades do seu sorriso largo, das conversas longas na Semni. Me presenteou com um chapéu quando eu tive câncer de pele. Que dia triste. Descanse em paz meu amigo. Não vou esquecer de você. Tenho certeza que Deus em sua infinita misericórdia, já o recebeu em Seus braços e dará forças a todos que conviveram com você para continuarmos a caminhada”, lembrou Gustavo, emocionado.
O diretor do Sisejufe Licius Coelho teve a oportunidade de conviver e trabalhar com Arruda. “Conheci Francisco Arruda no início da década de 80, na Universidade Federal Fluminense. Cursamos a Faculdade de Direito na mesma época, e ainda como estudantes universitários estabelecemos relação pessoal. Voltamos a nos encontrar quando tomei posse na SJRJ em 1994, e ele já era um oficial de justiça. Voltamos a nos relacionar de forma mais próxima quando eu fui transferido a Niterói e fomos companheiros na mesma Central de Mandados desde 1997. O Arruda sempre teve um atuação nos assuntos que diziam respeito ao segmento dos oficiais de justiça. Como companheiro de trabalho era um dos mais experientes de Niterói, e tinha uma característica marcante. Sempre estava disposto a colaborar com um colega na solução de problemas, orientando ou mesmo se disponibilizando a acompanhar o colega na diligência. Sua ausência não será preenchida, e deixará um vazio entre os oficiais de justiça que trabalham em Niterói”, lamentou Licius.
O Núcleo dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Nojaf), em nome de toda a diretoria, externa os mais sinceros sentimentos aos familiares e amigos de Arruda e estima que encontrem força para superar este momento de dor.
O Nojaf alerta, ainda, que o momento é de cautela diante da gravidade da pandemia e informa que o sindicato tem dialogado com a Administração para que reveja a portaria que amplia ainda mais o trabalho presencial do segmento, expondo os oficiais de justiça ao risco da doença.