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Sisejufe elege delegação para o Encontro Nacional de Analistas da Fenajufe

Reunião do coletivo estadual, na terça-feira (9/9), contou com a participação de convidados, que refletiram sobre a reestruturação da carreira do PJU e as perspectivas para valorização do cargo de analistas.

O Sisejufe realizou, nesta terça-feira (9/9), o Encontro Estadual dos Analistas Judiciários, em formato híbrido, com a parte presencial no auditório da entidade e a parte on-line pela plataforma Zoom.

O evento contou com a participação do diretor do Sinjuspar e coordenador Jurídico da Fenajufe, Júlio César Daru; da servidora pública aposentada pelo TRE-MS e coordenadora do Sindjufe/MS, Zeneide de Alencar; e do coordenador do Núcleo de Carreira e Inovação do Sisejufe, João Victor Albuquerque. A mediação foi feita por Laura Diógenes, coordenadora do Núcleo de Analistas Judiciários do Sisejufe.

A reunião também elegeu os delegados e delegadas para o Conan – Encontro Nacional da Fenajufe dos servidores e servidoras Analistas do PJU e MPU, que acontecerá nos dias 4 e 5 de outubro.

Diante da apresentação de duas chapas, a escolha foi feita por eleição. A chapa 1, da diretoria, elegeu quatro titulares e quatro suplentes, enquanto a chapa 2 elegeu um titular e um suplente. Foi deliberado ainda que as propostas para o encontro nacional poderão ser enviadas para o e-mail assessoria@sisejufe.org.br até o dia 19 de setembro, sendo submetidas à avaliação do jurídico antes do envio à Federação.

Reflexões sobre carreira e valorização

Abrindo o ciclo de falas, Júlio César Daru contextualizou a atuação dos analistas na Fenajufe, lembrando que, até pouco tempo atrás, os servidores do cargo apresentavam pouquíssimas propostas nas plenárias e congressos da federação, enquanto outros cargos ou segmentos, como os técnicos, oficiais de justiça e agentes de polícia judicial, se articulavam e acumulavam conquistas, como a obtenção do NS para os técnicos.

Para ele, esse cenário vem se transformando. “Os analistas estão começando a se organizar e a lutar pelos seus direitos. Começaram a surgir propostas que tratam de equiparação da remuneração com o ciclo de gestão do Poder Executivo, da redução da diferença salarial entre técnicos e analistas e do ajuste anual das tabelas do PJU”, pontuou.

Daru lembrou o processo de construção da Resolução 61 (reestruturação da Carreira, aprovada na XIII Plenária Nacional) e do anteprojeto de lei encaminhado ao Fórum de Carreiras do CNJ, e alertou para os riscos de novas propostas surgirem por iniciativa da Administração, de tribunais superiores ou até do STF. Segundo ele, o Fórum tem sido um espaço de avanços, mas exige atenção e mobilização permanente. Ele também explicou que a Fenajufe criou subgrupos por cargo, analistas e técnicos, para consolidar sugestões que deverão ser compiladas e submetidas à aprovação de uma plenária nacional no primeiro semestre de 2026.

Entre os temas em discussão, citou a recomposição de perdas inflacionárias, o auxílio-nutrição e a equiparação com o ciclo de gestão. Para Daru, o momento exige vigilância e ação coletiva: “Precisamos ocupar cada vez mais os espaços no sindicato e na federação para garantir que nossas pautas avancem”.

Proposta de carreira de especialista

Na sequência, Zeneide de Alencar apresentou um panorama detalhado sobre o perfil dos analistas do PJU, mostrando onde atuam, quais atividades exercem e quais são os principais desafios da carreira. Ela defendeu a mudança de nomenclatura para “Carreira de Especialista do PJU”, sem prejuízo para técnicos e auxiliares, e a exigência de curso de especialização correlacionado para os futuros concursados.

Zeneide também propôs a atualização da descrição e das atribuições do cargo, de forma que o elevado grau de complexidade das tarefas desempenhadas seja reconhecido.

“Precisamos repensar nossa carreira para que seja valorizada e identificada como de especialistas do PJU. Isso é fundamental para que as atribuições sejam compatíveis com o nível de formação exigido”, afirmou.

Representatividade e desafios orçamentários

Encerrando o ciclo de falas, João Victor Albuquerque abordou o papel estratégico do sindicato na defesa da carreira e diferenciou sua atuação em relação às associações. Ele reforçou a importância da representatividade sindical para fortalecer a voz dos analistas nas mesas de negociação. E destacou que a presença cada vez maior do segmento na Fenajufe já garantiu conquistas, como a eleição de um coordenador-geral analista.

João Victor apresentou os dois grandes desafios, que ele considera prioritários: reduzir a diferença salarial entre técnicos e analistas; e aproximar a remuneração da categoria ao ciclo de gestão do Executivo.

Ele também abordou a necessidade de revisar as atribuições dos cargos, especialmente após a conquista do nível superior para técnicos, para que haja uma distinção clara de papéis.

“O analista é um profissional especializado — em direito, medicina, engenharia, psicologia — e essa característica precisa estar refletida em nossas atribuições”, afirmou.

João Victor alertou, ainda, para as restrições fiscais que devem se intensificar a partir de 2027 e para a disputa crescente entre juízes e servidores pelos recursos orçamentários. Para ele, será necessário criatividade para garantir avanços, inclusive explorando o uso de receitas próprias dos tribunais para custear benefícios como o auxílio-saúde.

Ao analisar os possíveis cenários de reestruturação, ponderou que modelos como gratificações de desempenho podem prejudicar aposentados se substituírem reajustes de tabela.

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