Ato público aconteceu nesta segunda (21/1), no TRT Lavradio
Servidores do Judiciário Federal e diretores do Sisejufe se uniram a magistrados, advogados, procuradores e outros trabalhadores, na manhã desta segunda-feira (21/1), no primeiro Ato em Defesa da Justiça do Trabalho. O protesto, que lotou a entrada principal do Tribunal Regional do Trabalho (TRT Lavradio), também aconteceu em pelo menos 34 cidades do país.
Durante duas horas, representantes de diversas entidades se revezaram ao microfone para esclarecer a população sobre a importância e função da Justiça do Trabalho, diante da ameaça de extinção do órgão, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, em entrevista, no início do mês. O servidor do TRT e diretor do sindicato, Ricardo Quiroga, destacou que a unidade é fundamental para enfrentar mais esse ataque. “Ou vamos resistir ou será tarde demais. O sindicato vai estar junto com outras entidades mobilizado. Defender os direitos dos trabalhadores significa defender o país. Justiça do Trabalho é democracia. Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás. Vamos lutar nas ruas e nas redes sociais”, afirmou.
Quiroga lembrou que a mobilização continua: no dia 30 de janeiro, às 16h30, haverá um novo ato, com panfletagem na Central do Brasil para os trabalhadores. E no dia 5 de fevereiro está programada uma manifestação nacional em Brasília.
UNIÃO MOSTRA FORÇA
O vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa, disse que a união das entidades é importante para dar força ao movimento e chamou a atenção para o fato de o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Batista Brito Pereira, não ter apoiado a realização da mobilização que tomou conta do país. “Se houve carta do presidente do TST para desmobilizar é porque estamos incomodando. Se o presidente da Câmara dos Deputados, que deve ser reeleito, diz que quer acabar com a Justiça do Trabalho, se o presidente da República diz que quer acabar com a JT, não podemos fingir que nada está acontecendo. Temos que seguir com o movimento. Por isso a importância de andarmos todos juntos: juízes, servidores, procuradores, advogados e a sociedade. Só assim poderemos conscientizar os trabalhadores da necessidade de proteger a Justiça do Trabalho”, destacou.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, Fábio Villela, declarou que a entidade se posiciona contra a extinção e contra qualquer forma de ameaça ao trabalhador. “Todos juntos somos fundamentais. É uma luta não apenas da Justiça do Trabalho, mas da classe trabalhadora. O que mexe com a classe política é a mobilização social. E se povo não despertar agora será muito tarde”, alertou.
FUNDAMENTAL CHAMAR POPULAÇÃO PARA LUTA
O corregedor do TRT-RJ, José Nascimento, lembrou que “há mais de um ano estamos vivendo processos de precarização do trabalho, com a Reforma Trabalhista, mais recentemente o fim do Ministério do Trabalho e agora essa ameaça”. Para Marcos Chehab, coordenador do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Mati), além de resistência, é fundamental fazer mobilizações para chamar a população para a luta. Já Raquel Braga, membro da Associação de Juízes pela Democracia, destacou que não poderia estar fora desta luta porque defende o Estado Democrático de Direito e as instituições brasileiras.
Também representaram o Sisejufe no ato os diretores Ronaldo das Virgens, Lucilene Lima, Lucena Pacheco, Fernanda Lauria, Amauri Pinheiro, Laura Diógenes e o representante de base João Victor Albuquerque. Apoiaram a manifestação as seguintes entidades: Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB); Sindicato dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Saerj); Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ); Ministério Público do Trabalho (MPT); Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho 1ª Região (Amatra 1); Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat); Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Caarj); Associação Fluminense dos Advogados Trabalhistas (Afat); Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas (Acat); Associação dos Diretores e Chefes de Secretaria da Justiça do Trabalho – 1ª Região (Adics); Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Mati); Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Associação dos Juízes pela Democracia (AJD) e Associação dos Servidores da Justiça do Trabalho 1ª Região (ASJT Rio).
Momentos do ato: