Servidores denunciam que impactos das obras do Porto têm ocasionado rachaduras nos prédios. Sindicato acompanhou vistoria técnica de representantes da Cdurp ontem e contratou perito para fazer avaliação independente
Marina Schneider*
O diretor-presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, acompanhou nesta quarta-feira (23/07), uma vistoria feita por técnicos da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) e da Justiça Federal no Foro Venezuela. As três passarelas que ligam os dois prédios foram interditadas durante a semana pelo próprio setor de manutenção por precaução. A estrutura sofreu danos nas juntas de dilatação provavelmente provocados pelos impactos das grandes obras na região do porto. Com as interdições, a cantina que fica embaixo das passarelas teve que permanecer fechada. O caminho de entrada para a agência da Caixa Econômica Federal também precisou ser alterado.
Após a vistoria, representantes da Cdurp afirmaram que não há risco de as passarelas desabarem e se comprometem a monitorar a passarela mais alta, de estrutura metálica, para avaliar com precisão o que está acontecendo. Eles devem usar uma técnica similar à conhecida como “selo de gesso”, mas feita com outro tipo de material que não é danificado com a chuva, já que a passarela fica ao ar livre. Com essa técnica, é possível acompanhar a evolução de rachaduras.
A equipe da Cdurp vai emitir um laudo que será encaminhado à Secretaria Geral da Justiça Federal. Segundo os técnicos, as duas passarelas de concreto poderão ser liberadas para uso após a limpeza das suas superfícies, que estão com pedaços de concreto e granito soltos.
Sindicato contrata avaliação independente
Apesar de os técnicos assegurarem que não há risco para os servidores e usuários das instalações, o sindicato contratou um escritório de perícia independente que verificará cuidadosamente as condições das passarelas. A visita da equipe técnica acontece hoje, 24 de julho, e será acompanhada pelo diretor do Sisejufe, Roberto Ponciano.
“É preciso avaliar com muito cuidado e responsabilidade a situação dos edifícios da Avenida Venezuela para evitar qualquer tipo de incidente. O sindicato tem recebido muitas ligações de servidores assustados com os tremores causados pelas obras no entorno e está acompanhando tudo de perto”, assegurou Valter.
No curto tempo que ficou na frente do prédio, o diretor-presidente do sindicato ouviu queixas de diversos funcionários sobre os tremores sentidos sempre que ocorrem as detonações para construção do túnel nas imediações do prédio. Um agente de segurança afirmou, inclusive, que na última sexta-feira (18/07), o tremor foi maior do que o de costume e em, seguida, foram notados os problemas nas passarelas.
Não é a primeira vez que o Foro Venezuela tem problemas infraestruturais
Em fevereiro deste ano, o sindicato solicitou a suspensão do expediente no Foro Venezuela devido à falta de água no prédio. Na ocasião, o Sisejufe recebera centenas de reclamações de servidores de que não havia condição de trabalhar. O prédio estava sem ar-condicionado e os banheiros também sem condições de uso.
*Da Redação.