O Coletivo de Negras e Negros do Sisejufe e a Escola de Formação Lélia Gonzalez, por meio do Coletivo Enegrecer, realizam mais uma atividade conjunta para trazer reflexões sobre o racismo estrutural e suas conseqüências. A abertura será em uma live, nesta sexta-feira (30/4), às 19h, com o tema “Abolição? O Estado brasileiro e seu papel no enfrentamento às desigualdades raciais e ao racismo”. O evento, no YouTube do Sisejufe, será retransmitido pelo Sindiquinze e pela Fenajufe.
Uma das convidadas é Patrícia Fernanda dos Santos, que é servidora da Justiça Federal, lotada no Núcleo de Comunicação da SJRJ. Ela é membro do Grupo de Trabalho sobre Igualdade Racial da SJRJ, cofundadora do Coletivo Negro da JF. Também participa do debate a professora Ingrid Nascimento, que é historiadora, cria da Zona Oeste, educadora popular, pós-graduanda em Ciências Sociais e Educação Básica pelo PROPGPEC, coordenadora da UNEAFRO-RJ e militante do Coletivo Enegrecer. A mediação será feita pela coordenadora nacional do Coletivo Enegrecer e militante do Movimento Negro Unificado (MNU), Dara Sant’Anna. Ela é estudante de Direito da UFF, foi diretora de Combate ao Racismo da UNE 2017-2019 e membro do Conselho Nacional de Promoção de Igualdade Racial.
Campanha nas redes sociais
No dia 1º de maio, terá início nas redes sociais do sindicato e parceiros a campanha: “Quando a gente acordou e não tinha nada!”. Com posts em dias alternados, a ideia é mostrar que, apesar da abolição da escravatura, no dia 13 de maio de 1888, até hoje há desigualdade em diversas áreas. Os temas são: sem oportunidade de emprego; sem terras; sem dinheiro; sem cidadania; sem acesso à educação e sem direito à voz e voto.
A campanha culmina no dia 13 de maio, às 19h, com o painel “Falsa Abolição: Quais os caminhos para a real emancipação do povo negro e enfrentamento ao genocídio?”
Os convidados ainda estão sendo confirmados.
A atividade se encerra no dia 28 de maio, às 10h, com a roda de conversa virtual: ”Como podemos enfrentar o racismo?”.
Um pouco de história
521 anos do nosso país, 388 anos de escravização dos povos nativos e africanos sequestrados. Caminhamos para completar 133 anos da Lei Aurea, menos da metade de nossa história vivida sobre o manto da exploração, desumanização e assassinato dos negros e negras que sustentavam a nação brasileira. O Estado brasileiro corroborou com a escravização até a abolição, em 1888, tendo indenizado os “senhores”, sem prestar qualquer auxílio ou indenização aos escravizados.
Assim, das senzalas para as periferias e favelas, não houve medidas adotadas pelo Estado para a construção de uma democracia racial. Que políticas foram desenvolvidas para a população negra após a abolição? Quais foram as medidas adotadas pelo Estado brasileiro para reparação da população negra? Por que os movimentos negros a consideram falsa abolição? (Fonte: Coletivo Enegrecer)