Encontro, em parceria com Adverj, produzirá relatório que será encaminhado ao Ministério Público Estadual
O Sisejufe sediou, na noite desta quinta-feira (14/02), uma roda de conversa que envolveu o segmento das pessoas com deficiência. O encontro, realizado pela Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (Adverj) em conjunto com o Departamento de Acessibilidade e Inclusão (DAI) do sindicato, discutiu as dificuldades de acessibilidade e gratuidade nos transportes públicos e contou com uma excelente presença do segmento.
“Precisamos ser senhores e senhoras das nossas histórias. Estamos aqui brigando por um direito que é nosso”, afirmou o diretor do Sisejufe e coordenador do DAI, Ricardo Azevedo.
Os participantes falaram sobre o cotidiano de lutas para garantir que seus direitos sejam cumpridos nos coletivos, trens, Metrô, barcas, BRT e VLT. As dúvidas e denúncias foram divididas por modais, começando pelos ônibus municipais e intermunicipais. Foram relatados problemas como restrições à gratuidade; a falta de um ponto fixo para a localização da máquina de validação da passagem e motorista ter se recusado a parar fora do ponto.
Quanto ao VLT destacaram-se, entre as reclamações, o horário de encerramento do serviço e a dificuldade de integração com outros meios de transporte.
Sobre o Metrô, os participantes disseram que os condutores não estão informando com regularidade as estações no alto-falante; reclamaram que só há piso tátil no interior das estações, dificultando a saída para a rua; alertaram sobre o despreparo dos agentes de segurança e o baixo efetivo de funcionários para auxiliar as pessoas com deficiência visual.
Nas barcas, também faltam funcionários para auxiliar no embarque e desembarque e não há piso podotátil, acarretando perigo de a pessoa cair na água.
Para os usuários do BRT, um dos problemas apontados é a falta de respeito de funcionários. Outras questões citadas são a gratuidade negada e a largura exagerada do vão de acesso ao transporte.
Em relação aos trens da SuperVia, foi destacada, mais uma vez, a falta de funcionários para ajudar no acesso dos usuários cegos. Outras dificuldades relatadas foram: o espaço irregular entre o trem e a plataforma na maioria das estações, ralos abertos e descumprimento da lei que destina assentos preferenciais às pessoas com deficiência.
“Resolvemos chamar vocês para dar voz às suas demandas. Vamos anotar o que vocês precisam e encaminhar o relatório ao Ministério Público Estadual”, explicou a presidente da Adverj, Cinthya Pereira Freitas. Além de Cinthya e do diretor Ricardo Azevedo, também participaram do evento o diretor Dulavim de Oliveira e o advogado Caio Souza, que é membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ).
No dia 23 de fevereiro, das 10h às 13h, será realizada a segunda parte da roda de conversa, na Rua Ernestina, 87 – Centro de Nova Iguaçu.