Os trabalhadores brasileiros estão sofrendo o maior ataque desde a redemocratização do país. Os avanços alcançados pela Constituição Cidadã estão em cheque: a política do governo Temer obedece ao mercado financeiro, em favorecimento o setor rentista. Para barrar os projetos de retirada de direitos, as centrais sindicais estão convocando para uma grande Greve Geral para sexta-feira, dia 28.
A Fenajufe, em Reunião Ampliada, decidiu pela mobilização da categoria em todo o país, posição defendida pela delegação fluminense em Brasília. Nessa quarta-feira (25/4), os servidores do Judiciário Federal do Rio de Janeiro definiram, por unanimidade em assembleia geral, junto aos demais servidores e trabalhadores da iniciativa privada, cruzar os braços na sexta-feira. “Precisamos aderir a Greve Geral para garantir uma Previdência Pública de qualidade para a nossa e para as futuras gerações”, destacou o presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves. Para o dirigente sindical, as propostas que tramitam no Congresso Nacional significam o desmonte das conquistas dos cidadãos ao longo das últimas décadas.
A direção do Sisejufe defende que é preciso parar agora para não perder depois. Ainda que os tribunais ameacem os servidores com o corte de ponto, este pode ser negociado. Um dia de trabalho que pode significar, em seguida, o confisco de direitos arduamente conquistados.
O que mais falta para convencer os colegas sobre a importância da luta?
Frente aos ataques do governo Temer, apoiados pelo Congresso e pelo Supremo Tribunal Federal, diretores do Sisejufe e servidores da base, em uníssono, defenderam a adesão à Greve Geral, buscando o apoio de cada colega. Nos corredores e nas redes sociais os servidores vêm demonstrando sua indignação contra as reformas a cada chamado do sindicato. Agora, é preciso transformar essa insatisfação em luta, conscientes de que a Greve Geral é apenas o primeiro passo para barrar a retirada de direitos.
Foram destacados os ataques à Justiça do Trabalho e o desmonte da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, que já está sofrendo os efeitos do projeto de Terceirização. O trabalho junto aos parlamentares deve ser prioridade no próximo período, tanto nas mídias sociais, quanto em atividades corpo a corpo.
Categoria aprova estratégias de mobilização
Além do apoio à paralisação, também foram definidas as estratégias de luta. Hoje e amanhã, a tarefa é convencer os colegas a participar da Greve Geral. Na sexta-feira, a concentração está marcada nas entradas de cada foro e tribunal, onde servidores também irão distribuir uma carta aberta à população contra as reformas. No início do expediente, arrastões percorrerão os prédios para fechar os balcões que ainda estiverem abertos: somente as urgências devem ser atendidas. Os oficiais de justiça devem cumprir apenas os mandados que evitem perecimento de direitos, inclusive os do próprio plantão. A concentração do segmento será no TRF.
O sindicato orienta que ao final da paralisação, os servidores devem seguir para o Ato Unificado, que será realizado no final da tarde na Cinelândia. Outra atitude importante é evitar o consumo, como a ida a estabelecimentos comerciais, ou qualquer outra atitude que possa impedir outros trabalhadores de participar da Greve Geral.
Cristine Vianna Amaral
Imprensa Sisejufe