Max Leone*
Os servidores do Judiciário Federal no Rio farão, na próxima quarta-feira (7/05), paralisação de duas horas em todos os setores. A decisão foi tomada, por unanimidade, em assembleia nessa terça-feira, 29/04, na porta do Foro da Avenida Rio Branco. Também foi aprovado que os trabalhadores que participarem da manifestação deverão usar roupa preta em sinal de insatisfação em relação ao descaso do governo com as reivindicações da categoria.
Houve a definição, ainda, de realizar nova assembleia no dia 14 de maio para avaliar o andamento do processo de mobilização nacional e o resultado da mesa de negociação, que está marcada para o dia 9 de maio com representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e tribunais superiores. A assembleia também elegeu os delegados da bancada do Rio para a Reunião Ampliada da Fenajufe, a ser realizada no dia 10 do próximo mês, em Brasília.
As deliberações fazem parte do esforço de intensificação da luta dos servidores do Poder Judiciário Federal no Rio de Janeiro. De maneira sensata, a avaliação de diretores do Sisejufe e de ativistas sindicais foi a de que não seria o momento ideal para decretação de uma greve no estado por conta do quadro nacional de mobilização. Durante os discursos na assembleia, os participantes destacaram a necessidade do fortalecimento da mobilização da categoria.
“Não podemos ser irresponsáveis em decretar uma greve sem a condição ideal. Temos que ser conscientes e construir um movimento forte. A direção do Sisejufe defende que esperemos o resultado da negociação com o STF no dia 9 de maio e a movimentação de outros sindicatos pelo país”, declarou Roberto Ponciano, diretor do sindicato e um dos coordenadores da Fenajufe.
O diretor-presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, reforçou a posição apresentada por Ponciano. Segundo ele, a unidade do movimento nacional precisa ser preservada, tendo em vista que outros sindicatos ainda não deliberaram sobre como vão proceder. Em seu informe, durante a assembleia, Valter destacou que apenas Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul haviam decidido que cruzariam os braços, enquanto os demais ainda iriam definir a respeito da greve.
“A maioria ainda não decidiu sobre a paralisação nacional. Temos que aguardar o resultado da negociação do dia 9 de maio”, ressaltou o diretor-presidente que apresentou uma análise sobre a campanha do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus-DF) contra o projeto do STF de divisão da carreira do Judiciário em diversos planos de carreira.
O ativista sindical Sérgio Feitosa, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), destacou a necessidade de intensificar a mobilização da categoria. Ele avaliou que sem mobilização será difícil a categoria ter conquistas na campanha salarial. “A decretação de uma greve passa pela avaliação desse trabalho de mobilização que precisa ser feito”, afirmou o servidor.
Delegação à Ampliada da Fenajufe
A eleição para delegados à reunião Ampliada de Fenajufe encerrou a assembleia. A votação definiu que a bancada de representantes simpáticos às propostas da Direção do Sisejufe será composta por sete delegados: Valter Nogueira Alves, Soraia Garcia Marca, Amadenison Vieira Ramos, Neli Costa Rosa, Adriano Nunes dos Santos, Dulavim de Oliveira Lima Junior, e Eliana Pinto Campos. Como suplentes foram escolhidos Edson Mouta Vasconcelos e Ronaldo de Almeida das Virgens.
Em contrapartida, os ativistas sindicais ligados à oposição à atual diretoria serão representados por quatro delegados: Sérgio Feitosa, Leonardo Couto Chueri, Gustavo Cezar Costa Mendes Franco e Gilberto Amaral de Paula Santos, tendo como suplentes Vinicius Vasconcellos do Poco e Eduardo Brasil Mendivil Pelaes.
*Da Redação