A indignação pelo acordo de 41,47% apresentado pelo governo e o Supremo Tribunal Federal (STF), sem aval da categoria, levou os servidores do Judiciário Federal para as ruas de Niterói nesta terça-feira (18/8). Os manifestantes partiram da Justiça Eleitoral, seguiram em direção à Justiça Federal, onde fizeram uma pausa para convocar os colegas que ainda não tinham descido. Depois, todos continuaram a caminhada até a Justiça do Trabalho para finalizar o ato com discursos.
André Gonzaga, servidor do TRT de Niterói, defendeu a derrubada do veto ao projeto de reposição salarial como único caminho no momento. “Estou desde o início na greve. E ainda acredito que a justiça será feita. O veto vai ser derrubado. Estamos indo para o décimo ano sem reajuste. Os magistrados e senadores tiveram neste período 300% de aumento. Isso é injusto”, lamentou.
Rinaldo Oliveira, da Zona Eleitoral de Olaria, prestou solidariedade aos colegas de Niterói e também aos de São Gonçalo e Itaboraí que participaram da manifestação. “Dilma vai pagar 47% do Orçamento da União para banqueiros e quase nada para o trabalhador. É inadmissível”, disse.
Cesarina Maria Franca, também do TRT de Niterói, criticou a postura do presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, que teria mandado uma servidora que o abordou procurar emprego na iniciativa privada. “Isso é um desrespeito. Os colegas que ainda não se juntaram ao nosso movimento precisam participar das atividades para mostrar que temos força”, destacou.
O diretor do Sisejufe, Edson Mouta, pediu empenho de todos: “Ninguém vai lutar por nós. Temos que nos esforçar, como vocês que estão aqui embaixo participando desta mobilização. É o momento da articulação se intensificar porque nossa luta, acima de tudo, é pela dignidade”. A diretora Mariana Liria encerrou o ato pedindo aos servidores que confiem nas informações publicadas no site do sindicato para evitar a disseminação de boatos. “Estamos articulando para tentar colocar o veto na pauta de amanhã. Mas por enquanto não temos essa garantia. É o tamanho da nossa pressão que vai fazer o veto ser analisado. Por isso a importância da mobilização. Não é hora de desanimar. Essa semana será decisiva para nós”, concluiu.