O ano de 2021 tem sido de lutas contra a destruição da administração pública. O movimento nacional contra a Proposta de Emenda Constitucional 32/20 entra no quarto mês de vigília e está mais do que nunca mobilizado e alerta contra a aprovação da reforma que desconstrói todo um sistema público de saúde, educação, justiça, meio ambiente, segurança, assistência e previdência, serviços essenciais para a população brasileira.
A partir da manhã desta terça-feira (07), representantes de servidoras e servidores de diversas categorias lotarão o saguão dos aeroportos nas principais capitais em manifestações contra a PEC 32. Em Brasília, os parlamentares serão mais uma vez recepcionados. E ouvirão de novo do funcionalismo: “quem votar, não volta!”
Os trabalhadores do Judiciário Federal do estado do Rio estarão representados nas atividades que acontecerão no Distrito Federal pelas diretoras Andrea Capellão, Fernanda Lauria, Helena Cruz, Juliana Avelar, Soraia Marca, pelo diretor Pietro Valério e pela representante de base, Clarisse Pacheco.
Alerta máximo
A mobilização desta semana será fundamental para esse final de período legislativo. A resistência das categorias daqui até os últimos dias do ano pode fazer a diferença na luta contra a reforma privatista de Bolsonaro e Guedes.
Em entrevista ao site Poder 360o, o líder do governo na Casa e relator da PEC, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) disse que a reforma administrativa é muito boa, mas que provavelmente não será votada ainda este ano. Segundo Barros, a Câmara só voltaria a discutir a reforma após as eleições de 2022.
Governo reconhece força das mobilizações
Barros, assim como o governo e parlamentares aliados, sabe da força social que tem as trabalhadoras e trabalhadores do funcionalismo, que defendem e exercem a prestação de serviços de qualidade para a população, especialmente para aqueles que mais precisam. Na entrevista, o deputado reconheceu as “grandes manifestações dos atuais servidores” e que os parlamentares temem o resultado eleitoral de um voto contra o serviço público num ano eleitoral.
Em uma live realizada pelo Sindicato no último dia 25, o assessor parlamentar Vladimir Nepomuceno antecipou a possibilidade de o Congresso não votar a reforma este ano e que será mais difícil ainda para o governo no ano que vem. “Nada impede que ela vá a voto depois da eleição. Há inclusive o risco de os deputados que não se reelegerem barganharem seus votos a favor da reforma em troca de cargos”, alertou o assessor durante a live.
É preciso estarmos atentos e fortes
O Congresso Nacional deve funcionar até o dia 23 de dezembro e até lá tudo pode acontecer. Por isso é preciso manter a mobilização como a principal arma contra a destruição do Estado e contra os ataques à carreira, ao concurso público, às demissões e em defesa da qualidade dos serviços.
Não seria a primeira vez que veríamos o governo manobrar para aprovar matérias contra os interesses da população ou pela retirada de direitos e por em votação a reforma administrativa às vésperas das festas de fim de ano não seria uma surpresa.
Dia D contra a PEC 32
Nesta quarta-feira, dia 8, será realizado um dia nacional de luta, o Dia D contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro. Na mesma data, a Fenajufe comemora 29 anos de fundação. A Federação que congrega os sindicatos de base do Judiciário Federal foi fundada em dezembro de 1992.
Por Manuella Soares, especial para o Sisejufe