O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sintufrj), ouviu sindicatos e entidades para saber as estratégias de luta neste período em que os trabalhadores e trabalhadoras estão em isolamento social devido à pandemia do Coronavírus. A diretora do Sisejufe e coordenadora da Fenajufe Lucena Pacheco contou, em entrevista exclusiva, que o sindicato, tem usado as redes sociais para se comunicar de forma mais eficaz com a base.
Veja a matéria na íntegra:
Este ambiente de isolamento social – fundamental para inibir a propagação do coronavírus – coloca desafios sem precedentes ao movimento sindical e às suas centrais.
Com as ruas (espaço sagrado de mobilização) descartadas, o esforço é para procurar novas práticas diante da profunda preocupação com os setores mais vulneráveis da população.
A CUT e seus sindicatos se organizam para mobilizar suas bases e a população em tempos de pandemia. “É uma conjuntura inédita para todo mundo”, observa Duda Quiroga, vice-presidente da CUT-RJ. Ela informa que, no plano nacional, a central está discutindo a construção de uma central de mídia.
Esse projeto, ela explica, envolve as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, PT, PCdoB e Psol. “O objetivo é unificar os discursos e as ações de mobilização”, explica.
“Transmissões ao vivo pelas redes de eventos organizados pelo movimento social” estão na pauta, ela diz. “As ruas têm que continuar vazias. A nossa mobilização agora é nas redes”, diz
“Nossas estratégias voltam-se para a ajuda humanitária”, anuncia. A dirigente informa que os sindicatos nos estados têm desenvolvido várias ações nesse sentido. Promovem captação de doações tanto de produtos quanto de dinheiro para levar às comunidades.
“Tem sindicatos que estão cedendo suas colônias de férias para serem ocupadas por hospitais de campanha. Enfim, é ajuda humanitária sob várias formas em todo Brasil”, ressalta.
‘A lógica da sociedade mudou’
A diretora do Sisejufe Lucena Pacheco Martins fala da experiência do seu sindicato.
Como o Sisejufe tem atuado nesses tempos de isolamento social?
Lucena Pacheco – O coronavírus modificou completamente a lógica de funcionamento da sociedade. O isolamento social como medida preventiva ao Covid-19 nos faz buscar maneiras de continuar atuando em apoio aos trabalhadores. O esforço, no Sisejufe, tem sido se comunicar de forma eficaz com o maior número de servidoras e servidores, principalmente através das redes sociais.
As ações políticas têm sido as emergenciais. Dentre outras ações, intercedemos junto aos órgãos do Judiciário fluminense para que as trabalhadoras e trabalhadores pudessem desempenhar suas funções remotamente em sua totalidade. Monitoramos constantemente as ações e medidas do governo ou do Congresso Nacional que impactem nos direitos dos trabalhadores.
Frente contra Covid-19
No dia 31 de março, em transmissão ao vivo pela TVT, foi lançada a “Plataforma Emergencial para o Enfrentamento da Pandemia do Coronavírus e da Crise Brasileira”.
A iniciativa foi uma ação conjunta da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, centrais sindicais, movimentos sociais, populares, estudantis, partidos políticos, entidades religiosas e da sociedade civil.
“Proteger a vida, a saúde, a renda e o emprego” são as palavras que abrem o manifesto das entidades. Na sua apresentação é dito que não há receitas mágicas, e que todas as saídas passam pela submissão de interesses privados aos de toda a sociedade, pela ação coletiva, por união e solidariedade popular.
Diz o texto: “Temos uma grande e decisiva batalha pela frente, que somente será vencida se conseguirmos dar unidade de ação ao nosso povo e reorganizarmos a vida em sociedade. Nossa vida não pode mais ser controlada pela ganância do capital.”
A adesão ao documento está aberta a outras entidades e movimentos que se propõem a construir iniciativas mais.
Fonte: Sintufrj