O oficial de justiça Clayton Nazaré do Socorro Martins Mesquita, de 46 anos, foi executado a tiros, na manhã desta quarta-feira (29), durante o cumprimento de mandados no bairro Aparecida, em Novo Repartimento, Sudeste do Pará.
As polícias Civil e Militar do município ainda trabalham na investigação do crime, ocorrido por volta de 11 horas.
Segundo informações, o servidor público estadual lotado no Fórum da Comarca de Novo Repartimento, estava na companhia de um colega, identificado como Nildo, que pilotava uma motocicleta, quando dois homens em uma outra moto fizeram a abordagem às vítimas.
Durante o assalto, Clayton teria reagido e um dos assaltantes efetuou disparos contra ele. Os dois homens fugiram do local roubando a arma e um cordão de ouro do oficial de justiça.
O corpo do servidor foi removido ao IML de Tucuruí para realização de exames cadavéricos.
Inicialmente, a investigação trabalha com a hipótese de latrocínio, que é o crime de roubo seguido de morte. Equipes das polícias civil e militar realizaram buscas na área urbana próxima ao crime na tentativa de localizar os suspeitos. Mas até o momento ninguém foi preso.
Em nota, o Sindojus/PA afirma que “ser Oficial de Justiça no Pará, vai além de um desafio, sendo um ato heroico, principalmente na região onde aconteceu o crime… A morte do oficial de justiça Clayton não pode ficar apenas na estatística, o oficialato de todo o país tem que cobrar uma resposta dos órgãos competentes”.
O Sisejufe é protagonista nas causas que envolvem a segurança dos oficiais de justiça e, em conjunto com entidades parceiras como Fenassojaf e Fenajufe, atua para garantir menos riscos no exercício da função.
O sindicato repudia o crime e se solidariza com os colegas paraenses e familiares de Clayton Martins, diante de tamanha brutalidade. Segundo a diretora e coordenadora do Núcleo dos Oficiais de Justiça Mariana Liria, “precisamos aguardar o desenlace da investigação para termos certeza acerca de eventual ligação entre esse brutal assassinato e o cumprimento de diligências por parte do colega. Mas, seja como for, é inequívoco que esse óbito é mais um infeliz retrato das condições de trabalho dos oficiais de justiça, que são obrigados a diligenciar sem quaisquer mecanismos de segurança, tais como viaturas, acompanhamento de agentes de polícia judicial, porte de arma institucional e nem mesmo capacitação por parte dos tribunais. A situação se agrava mais ainda para aqueles que, como Clayton, trabalham em regiões mais distantes das capitais – Novo Repartimento, onde aconteceram os disparos, tem pouco menos de 100 mil habitantes – e desguarnecidas de forças policiais suficientes”.
Ainda de acordo com Mariana, que também é vice-presidenta da Fenassojaf, o papel das entidades representativas do oficialato é não apenas zelar pela memória de Clayton, “evitando que seu nome se torne uma mera estatística, como também seguir reivindicando segurança para todos, para evitar que outros colegas tenham suas vidas ceifadas pela insegurança no nosso múnus”, finaliza.