Os servidores das Justiças Federais no Rio retomaram na terça-feira, 28 de agosto, a greve por tempo indeterminado em varas, fóruns e tribunais (interior e capital). A categoria reivindica a aprovação do PL 6.613/2009, que trata do reajuste salarial (PCS4). Há seis anos com os salários congelados, os servidores do Judiciário Federal já têm defasagem nos vencimentos de mais de 50% devido à inflação. O governo federal propôs um reajuste de apenas 15,8% parcelado em três vezes até 2015.
Na capital, mais de 200 servidores participaram do movimento paredista. Na assembleia do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) Sede, 150 servidores além de participarem, confirmaram que estarão no ato público de quinta-feira, 30 de agosto, a partir das 15h, na Candelária. “É gratificante ver que a categoria atendeu a convocação do sindicato e veio participar mesmo diante das dificuldades surgidas pela adesão à greve”, disse o diretor sindical Moisés Leite.
Para o diretor sindical Moisés Leite, a forte presença dos servidores na assembleia do TRE, no fim da tarde de terça-feira, 28, foi uma resposta às ações veladas da administração do Tribunal de coibir a participação dos funcionários da Justiça Eleitoral na greve. Os servidores do TRE também decidiram participar do piquete de greve a partir de 10h30 em frente ao Tribunal na quarta-feira, 29 de agosto.
“A greve é necessária devido à falta de interesse do governo federal em negociar um reajuste de maneira séria. Por isso, precisamos da totalidade dos servidores paralisem suas atividades e façam greve. O governo precisa ser sentir pressionado para negociar”, opinou o técnico judiciário do TRE Leonardo Couto.
TRF e JUSTIÇA FEDERAL
No Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, mais de 50 servidores participaram do piquete de greve em frente ao prédio do Tribunal. “É hora de todos nós pararmos toda e qualquer atividade e fazermos uma mobilização séria e compromissada. Temos que nos tornar o ator principal desta negociação com o governo”, disse a diretora sindical Mariana Liria, em frente ao TRF.
O agente de segurança do Tribunal Rogério Triani disse não entender a lógica dos colegas que não percebem a gravidade do momento de negociação. “Tem que haver mobilização de todos e não de um ou outro. Queria ver aqui embaixo na porta do Tribunal os mais de 200 servidores que estavam aqui quando a Presidência ameaçou retirar a funções comissionadas de diversos colegas. Cadê o povo?”, criticou o servidor.
A diretora sindical Mariana Liria destacou também a mobilização que houve referente à possível perda das funções comissionadas. Para ela, a categoria precisar ligar o despertador agora, pois o reajuste salarial é uma realidade que será efetiva, inclusive, para aposentadoria. “É preciso ter em mente que é melhor paralisar as atividades agora do que chorar em janeiro. Não podemos esperar a perda das funções comissionadas para descer e nos mobilizar”. Em janeiro de 2013, a Presidência do TRF2 poderá efetivar o remanejamento das FCs.
Na Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ) da avenida Rio Branco, o diretor sindical Roberto Ponciano dava informes aos mais de 20 servidores que participaram do piquete e ressaltava que o ato público feito na segunda-feira, 27 de agosto, em conjunto com o MPU, mostrou como a categoria pode ser forte se tiver unicidade e lutar pelo PCS Já!
Texto: Tatiana Lima
Fotos: Alexander Ruas (TRE) e Tatiana Lima (Imprensa Sisejufe)