Na quarta-feira, 26 de março, os servidores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro filiados ao Sisejufe, aprovaram, em assembléia ordinária, de forma unânime, a prestação de contas do sindicato. Na ocasião, foram aprovados, ainda, igualmente por unanimidade, a Previsão Orçamentária e o Planejamento Estratégico para 2014.
O evento foi realizado no auditório do Sisejufe e contou com a participação de cerca de 70 pessoas. A apresentação inicial foi feita por Marcelo Nobile, gerente administrativo do sindicato, que explicou a variação das receitas e das despesas, nos meses nas quais elas oscilaram e destacou o crescimento da arrecadação da entidade, com base no crescimento do número de sindicalizados, que hoje somam 5.493.
Nobile explicou que, embora não seja obrigatório, o sindicato considera justo avaliar a depreciação dos bens arrolados em seu ativo, o que permite aos servidores sindicalizados uma ideia mais real do estado do ativo imobilizado, do patrimônio da entidade. Informou, o gerente, que o sindicato dispõe, atualmente, de um aplicativo financeiro (jFinanças) que faz a gestão do fluxo de caixa. “O aplicativo mostra o saldo diário, o que foi orçado e o que já foi realizado. Nele há como se exercer o controle de todo o orçamento e se ter uma visão macro da condição financeira do sindicato”.
Transparência é confiança categoria
O diretor-presidente do Sisejufe, Válter Nogueira Alves, explicou aos presentes que as aquisições feitas pelo sindicato são sempre orçadas, e que se baseiam em, pelo menos, três orçamentos distintos, optando sindicato pela oferta que apresentar menor preço. Nogueira destacou ainda a melhoria na segurança da Informação. É necessário um log in para ter acesso ao sistema de informática do sindicato, o que protege os dados da entidade, que são ainda armazenados em dois backups, em servidores distintos. “É bom que essas ações de transparência contábil e segurança de Informação se incorporem à prática administrativa e se tornem rotina, não apenas para a gestão atual, como para as que lhe sucederem”, defende o presidente.
O presidente do Conselho Fiscal, Alex Oliveira, relatou que o saldo das benfeitorias foi adequadamente descrito pela contabilidade do sindicato e que o mesmo atendeu o pedido, feito pelo Conselho, de que fosse elaborado um calendário de atividades políticas, posto que a mobilização decorrente da imprescindível campanha salarial, deflagrada esse ano, leva a um aumento nos gastos extraordinários. “Na visão do Conselho, a direção está de parabéns, pois o sindicalizado pode obter as informações de que necessite. Basta requerê-las. Isso aumenta a confiança do sindicalizado em relação à honestidade da direção e reforça a credibilidade do sindicato”, elogiou Oliveira.
O diretor-presidente esmiuçou o Planejamento e Previsão Orçamentária e Financeira para o ano de 2014. A receita prevista para esse ano perfaz R$5.049.583, incluindo R$3.751.978 referentes a consignações e 615.393 de contribuição da empresa Qualicorp (administração dos convênios com saúde). Nogueira destacou que o sindicato está construindo seis novas suítes e seis novos chalés em sua Sede Campestre, ao custo de 270 mil reais, e que as instalações já existentes receberão diversas benfeitorias, como a construção de uma cozinha e de um parque infantil, e a aquisição de maquinário de lavanderia, o que aumentará o conforto dos filiados.
Recursos para viabilizar eleição sindical
Edson Mouta, diretor-administrativo do Sisejufe, ponderou que o sindicato atende demandas, e conta com uma estrutura de porte considerável, com uma sede administrativa, uma campestre e duas salas na rua Senador Dantas, para armazenamento de arquivo e equipamentos, e justificou os custos orçados para as eleições sindicais. “O sindicato é um patrimônio dos servidores. Uma máquina cuja gestão deve ser profissional. Não pode ter amadorismo. O orçamento de 90 mil reais destinado à eleição, não é para promover campanha eleitoral, é para despesas necessárias, é para levar urnas aos sindicalizados não apenas da capital, como do interior, em Angra dos Reis, em Itaperuna, em Campos”, explicou Mouta.
Planejamento estratégico aponta novas frentes de atuação do Sisejufe
Em seguida, a assessora política, Vera Miranda, detalhou o planejamento estratégico do sindicato para 2014, com destaque para a campanha salarial, que será o centro de atuação da entidade, construindo a luta pela reposição das perdas salariais, mobilizando a categoria e instrumentalizando a luta no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF). Com base na demanda dos servidores, o Sisejufe disponibilizará seis cursos de pós-graduação, na modalidade de Ensino a Distância (EAD), atendendo aos sindicalizados que desejarem aumentar o seu percentual de Adicional de Qualificação (AQ).
Miranda destacou ainda que será intensificado o combate ao assédio moral, com a realização de um seminário no dia 30 de abril e o lançamento de uma cartilha acerca do assunto. Serão apresentados os resultados da pesquisa Sua Saúde é Nossa Pauta 2012-2013, em maio, com uma edição especial da publicação Ideias em Revista. Além disso, será ampliada a oferta de convênios, graças a uma parceria com a Associação dos Servidores da Justiça do Trabalho da 1ª Região (ASJT) e com a colônia de férias do Sindiquinze, em Caraguatatuba (SP). Miranda ressaltou ainda a implementação do Jurídico Itinerante, já iniciado em fevereiro, com o objetivo de levar, aos servidores lotados no interior do estado, as informações mais atuais a respeito das ações coletivas do sindicato, com visitas da assessoria jurídica do Sisejufe.
Tanto as contas do sindicato quanto o Orçamento e o Planejamento Estratégico 2014 foram aprovados também por unanimidade.
Oposição não comparece
O que se espera – e se esperou – em uma assembleia de prestação de contas – ou em qualquer outra na qual se paute a luta e os destinos de trabalhadores e de sua organização sindical -, e que não foi possível ser observado no fórum que discutiu e deliberou, aprovando as contas do sindicato por unanimidade, não aconteceu: a presença crítica da oposição sindical no Sisejufe. Lamentavelmente ela se furtou ao debate e, mesmo, ao aprimoramento da gestão financeira, econômica e política da entidade representativa dos trabalhadores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro. Talvez ela possa se fazer presente em uma próxima oportunidade. É o que se deseja de quem tem responsabilidades com a categoria e quer dirigi-la, pós-processo eleitoral.