Servidores fazem vigília durante a semana em Brasília pela rejeição à PEC 32 no Plenário da Câmara.
Centenas de servidoras e servidores realizaram atos contra a Proposta de Emenda Constitucional 32/2020, em Brasília, na manhã e tarde dessa terça-feira (28/09). Na semana passada, a PEC foi aprovada na Comissão Especial depois que seu presidente Arthur Maia (DEM/BA) permitiu a troca de oito parlamentares por seus suplentes, todos favoráveis à reforma privatista do governo. O texto que será votado no Plenário é um retrocesso e, na prática, põe fim a diversas conquistas da Constituição Federal de 1988, como a ideia de concurso público, estabilidade e à própria carreira do funcionalismo público.
Pela manhã, servidoras e servidores estiveram no saguão do Aeroporto Internacional de Brasília, onde receberam parlamentares que retornavam dos estados com cartazes e faixas pela derrubada da PEC. “A cada semana nós conseguimos manter a mobilização com os atos nos aeroportos para receber os parlamentares e deixar bem claro que nós não aceitamos esse retrocesso, esse extermínio do serviço público. Na reunião de líderes que discutiu a pauta dessa semana, eles sequer falaram sobre a reforma administrativa. Isso é um indicativo de que o governo está com dificuldade de aprovar e a proposta não deve ser votada essa semana. A gente tem que aproveitar esse período e intensificar ainda mais as mobilizações”, avaliou Fernanda Lauria, diretora do Sisejufe, que acompanhando as atividades essa semana, no Distrito Federal.
De acordo com o deputado fluminense Marcelo Freixo (PSB), nesta semana, a presidência da Casa, de fato, não deve por em pauta a discussão da proposta em Plenário. Para Freixo que foi líder da minoria na Comissão Especial, a reforma é descabida. “A reforma administrativa é totalmente descabida. Ela não combate nenhum privilégio. Ao contrário, torna o Estado mais caro e ineficaz. Então, é uma ‘deforma’ administrativa. É cara e incompetente. Não faz o menor sentido em um Brasil pós pandemia. Vai no sentido contrário ao que o mundo está decidindo”.
À tarde, servidoras e servidores de diversas categorias, entre elas o Judiciário Federal, participaram de uma manifestação em frente ao Congresso, junto de parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro. “Viemos à Brasília convencer os deputados indecisos a votarem contra a PEC 32. O cenário é favorável, dada a ausência de votos da base governista para aprovar a Reforma. A hora é essa! Temos que nos mobilizar para evitar que mais um projeto de desmonte do Estado brasileiro seja aprovado no Congresso Nacional”, reforçou Mariana Petersen, também diretora do Sisejufe.
Para Fernanda e Mariana, que acompanharão a agenda de mobilização ao longo da semana, o fato de os líderes não terem discutido a PEC durante a reunião de pauta de deliberações da semana é um ótimo sinal. Segundo elas, isso demonstra que o governo vem sofrendo um enorme desgaste e não tem segurança política para aprovação da reforma junto à sua própria base. Até sexta-feira estão previstos outros atos e atividades, a maior parte será de encontros de representantes sindicais e das categorias com deputados e senadores.
Participaram do ato na tarde de hoje, entre outros parlamentares contrários à PEC 32, a deputada Jandira Feghali (PC do B/RJ) e os deputados Rogério Correia (PT/MG) , Paulo Pimenta (PT/RS) e Túlio Gadelha (PDT/PE).