“Penso como a ministra Cármen Lúcia (presidente do STF). Não é a hora de pensar em reajuste”, disse Laurita Vaz, durante café da manhã com repórteres que cobrem o Poder Judiciário.
Cármen Lúcia já sinalizou que não levantará a bandeira do reajuste, adotando um estilo anticorporativista diferente de seu antecessor na presidência do STF, o ministro Ricardo Lewandowski. Em reunião com governadores de todo o País no mês passado, Cármen citou inclusive o caso de “bullying” ocorrido com um filho de juiz, que teria sido maltratado na escola por causa das discussões envolvendo o aumento salarial do Judiciário.
Outros dois ministros do STJ ouvidos pelo Broadcast Político concordam com a posição de Laurita contrária ao reajuste. “Você não pode olhar para o mundo a partir de seu umbigo”, disse um ministro que pediu para não ser identificado. Segundo ele, por mais que seja legítima a reivindicação pelo reajuste, não dá para ser indiferente à realidade brasileira, marcada por Produto Interno Bruto (PIB) em queda e alta nos índices de desemprego.
Para um outro ministro, a “difícil” situação no País impõe que cada brasileiro faça uma “pequena parcela de sacrifício”.
Efeitos
Os efeitos da crise econômica chegaram ao STJ, que sofreu um corte orçamentário de aproximadamente R$ 89 milhões no que diz respeito à manutenção de serviços. O STJ já dispensou 259 funcionários terceirizados, entre vigilantes, ascensoristas e funcionários que atuam na limpeza.
Laurita tenta negociar com o governo federal a liberação de R$ 25 milhões para o STJ, que seriam fundamentais para garantir o pagamento de contratos já firmados, entre eles o do licenciamento de uso dos programas da Microsoft, da ordem de R$ 8 milhões. A presidente do STJ já se reuniu com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir as questões financeiras da Corte.
Fonte: UOL Notícias