Críticas foram feitas pelos deputados federais Marcelo Freixo e Alessandro Molon, em encontro no auditório do sindicato
O Sisejufe promoveu um encontro sobre a Reforma da Previdência, na noite de quinta-feira (25), com a presença dos deputados federais Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ). Por uma questão de compromissos de agenda, a reunião precisou ser feita em dois momentos: Freixo participou da abertura e Molon do encerramento do debate. Servidores lotaram o auditório em busca de diálogo com os parlamentares.
Para o deputado Marcelo Freixo, é preciso tentar entender a lógica da reforma, mesmo com posicionamento contrário à proposta. “É claro que nós vamos lutar para tentar tirar uma série de coisas, mas eu vou votar contra a reforma seja ela qual for porque o debate da reforma não pode ser pensado isolado de outras questões fiscais, orçamentárias e tributárias”, disse.
Freixo defende que aconteça uma discussão para saber se o que precisamos é um de modelo de previdência capitalizado ou baseado na solidariedade entre gerações e na repartição. “Vamos abrir mão que governo, trabalhador e empresário contribuam num sistema de capitalização único, exclusivo? Esse é o debate central porque é um debate de concepção de estado e de sociedade”, ponderou.
O parlamentar ressalta que esta reforma do governo Bolsonaro quer acabar com o caráter social da Previdência. “Temos que discutir o fim da isenção de Imposto de Renda para lucros e dividendos , a tributação de grandes fortunas e até o aumento das alíquotas sobre grandes propriedades rurais”, enfatizou.
O deputado disse ainda que a luta central tem que ser contra a capitalização, que é a proposta do ministro Paulo Guedes. “Temos um mês para fazer isso. Temos que ir para as ruas exigir uma reforma decente”, conclamou.
O deputado Alessandro Molon afirmou não ser contra o debate, mas ressaltou que a proposta é covarde e cruel porque mira nos que ganham menos: “essa reforma é mentirosa porque não está acabando com os privilegiados. Se cortar BPC de R$ 1000 para R$ 400 é cortar privilégio, então essa reforma é mentirosa”.
Molon lembrou que os servidores públicos também foram prejudicados na reforma porque não se estipulou regra clara de transição. “É justo falar para um servidor que está a 9 meses de se aposentar que ele vai ter que trabalhar mais 11 anos? Isso é inconstitucional e fere a razoabilidade”, opinou.
Para o parlamentar, o que ministro da Economia quer é entregar a Previdência para os bancos, fazer a capitalização. “Temos que usar as redes sociais, os meios de comunicação, cartilhas… Levar informação, mas tem que fazer o debate sem ficar na defensiva”, concluiu.
O debate foi mediado pelo presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves e pela diretora da entidade, Mariana Petersen.