O mês de outubro é marcado pela cor rosa. A tonalidade que representa feminilidade deu nome à campanha de conscientização e alerta para o tipo de câncer que mais mata mulheres no mundo todo. O câncer de mama.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que a doença representa a primeira causa de morte de mulheres brasileiras. A pesquisa divulgada em 2018 revela o surgimento de 66.280 novos casos, com quase 18 mil óbitos. A taxa de mortalidade ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente com 13,84 óbitos/100.000 mulheres naquele mesmo ano.
A campanha começou nos anos 90 nos Estados Unidos e visa alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Ainda de acordo com o Inca, a descoberta inicial da doença possibilita a cura em 95% dos casos. O câncer de mama afeta a vida de milhares de mulheres ao redor do mundo. A incidência aumenta em mulheres a partir dos 40 anos. Na juventude, os registros são menores, no entanto, a partir dos 60 anos o risco de desenvolver é 10 vezes maior.
O câncer de mama não tem uma causa única. Diversos fatores podem contribuir para o aumento do risco como idade, hábitos alimentares, e até fatores comportamentais e ambientais além da predisposição genética. Por isso a prevenção é tão importante. No Brasil a campanha acontece desde 2002. Neste mês, os monumentos de diversas cidades ganham a cor rosa simbolizando o alerta de prevenção.
Mas não é só isso. A campanha Outubro Rosa também encoraja as mulheres a lutarem por direito ao atendimento médico e ao suporte emocional, garantindo um tratamento de qualidade. Entidades e Organizações Não Governamentais (ONGs) tem um papel fundamental nessa caminhada. Durante o mês promovem ações de conscientização, como distribuição de cartilhas, realização de exames gratuitos de mamografias, debates, ações esportivas. E etc.
O apoio fraterno e psicológico também é muito importante. Mulheres diagnosticadas ficam emocionalmente vulneráveis. Desenvolver uma doença que ainda não tem cura provoca medo, desespero e sensação negativista. A retirada da mama abala a autoestima e muitas mulheres são levadas á depressão. Em 2016 um grupo de mulheres criou a ONG Vencedoras Unidas (VU) com sede em Brasília com o propósito de dar apoio e conforto àquelas que ficam mais fragilizadas com o diagnóstico.
Inicialmente apenas compartilhando informações sobre os sintomas provocados pelos efeitos da quimioterapia e suas consequências, a organização passou a ser um pilar de apoio e acolhimento ajudando mulheres no enfrentamento ao tratamento contra o câncer de mama. A entidade promove ações afirmativas durante todo o ano como seminários, palestras, diversão e acolhimento mútuo e terapias alternativas. Para muitas delas o grupo Vencedoras Unidas representa a nova família. Com o diagnóstico, é comum maridos e companheiros não darem atenção ou por não saberem lidar ou por machismo e preconceito. Muitos casamentos são desfeitos no pior estágio da doença. A ONG presta o socorro que muitas vezes não se encontra nem em casa nem no trabalho.
A cura ainda é a precocidade da descoberta. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a realização anual da mamografia regular a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas, como define a Lei 11.664/2008. No SUS, porém, por determinação do Ministério da Saúde, a orientação é para que a mamografia seja realizada em mulheres com idade entre 50 e 69 anos a cada dois anos.
Câncer de mama masculino
Apesar de raro, estimativas nacionais indicam que 1% dos casos de câncer de mama afeta os homens brasileiros. Mesmo com baixa incidência, esse tipo de câncer no homem apresenta um alto percentual de mortalidade. O motivo é a pouca importância dada aos sinais.
É importante que os homens procurem atendimento médico quando notarem alterações nas mamas como inchaço, coceira, sangramento ou aparecimento de nódulo no abdômen. O histórico na família deve ser observado.
Hábitos preventivos:
• Praticar atividade física regularmente;
• Alimentar-se de forma saudável;
• Não fumar;
• Ter o peso corporal adequado;
• Não ingerir bebidas alcoólicas;
• Evitar uso de hormônios sintéticos em altas doses.
Fonte: Joana Darc Melo, da Imprensa Fenajufe
Arte: Annelise Oliveira