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Nota de repúdio à fala absurda e lamentável do desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR)

O Sisejufe, através da nossa Secretaria de Mulheres, vem a público manifestar total repúdio à fala absurda e lamentável do desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). na última quarta-feira, 3 de julho.

Em sessão da última quarta-feira, 03/07, o desembargador, que é presidente da 12º Câmara Cível do TJ-PR, afirmou que as mulheres estão “loucas atrás de homem”. Na ocasião, a Corte analisava o pedido de medida protetiva a uma menina de 12 anos, que denunciou ter sido assediada pelo professor.

O relator do caso e os demais magistrados votaram para manter a medidas protetiva, mas Espíndola se posicionou contra. Em sua argumentação, falou coisas do tipo: “vai estragar a vida do professor” e que ele foi apenas “infeliz, mas aprendeu a lição”. Falou ainda que a ação se tratava de “ego de adolescente em busca de atenção”.

Diante de tamanho disparate, uma colega se posicionou, reagiu e afirmou “ser importante considerar a palavra da vítima”. Nem assim o desembargador atinou para o absurdo de sua fala preconceituosa, misógina, desrespeitosa com a vítima – que aliás é uma menina de 12 anos -, e com todas as mulheres vítimas de assédio todos os dias em nosso país.

Espíndola rebateu a colega afirmando que a colocação dela era “discurso feminista desatualizado” e disse que, na verdade, são “as mulheres que estão assediando” os homens.

A postura do magistrado dá bem a dimensão do que é o machismo, a misoginia, o patriarcado e todas as formas de opressão contra a mulher, no Brasil. Postura arraigada e naturalizada, infelizmente. Mas os tempos são outros e cabe a cada um de nós, enquanto cidadão ou sociedade civil, cobrar, exigir uma nova postura, sim.

Vale lembrar que este mesmo desembargador, em 2023, já foi condenado pela lei Maria da Penha, por violência doméstica contra a irmã e a mãe.

Não admitimos mais. Não calaremos mais.

A cada atitude machista, violenta, arbitrária, como a feita pelo desembargador Espíndola, nos levantaremos e bradaremos aos quatro cantos o absurdo dessas falas preconceituosas e lamentáveis.

O que muito nos espanta e entristece é que isso tenha vindo de um magistrado, um homem da lei. Uma pessoa que deveria ser ciosa do seu papel de garantidora das normas e boas condutas em sociedade. E, infelizmente, o que vemos é esse show de horror, arrogância e preconceito.

Estejamos todas e todos atentos. Não vamos mais permitir que casos assim aconteçam e fiquem impunes e/ou no anonimato.

 

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