Para celebrar o mês do Orgulho LGBT, o Departamento de Gênero e Raça do Sisejufe, coordenado por Ricardo Valverde, promoveu, na segunda-feira (11/6), no auditório da entidade, o debate A luta LGBT: orgulho e resistência frente às violências. A mesa foi formada apenas por mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais, referências na pauta. Verônica Lima, primeira negra vereadora de Niterói e uma das fundadoras da Parada LGBT de Niterói; Ana Beatriz Duarte, estudante de história, militante da Marcha Mundial das Mulheres e da Kizomba Arco-Íris; Jaqueline Gomes de Jesus, psicóloga, professora, pós-doutora em psicologia social e do trabalho, pesquisadora-líder do Odara – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade, Diversidade; e Tainá de Paula, arquiteta e urbanista, especialista em Patrimônio Cultural pela Fundação Oswaldo Cruz, mestre em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, lideraram a discussão.
As quatro convidadas ressaltaram como fundamental que os movimentos sindicais atuem também contra a discriminação. “São muitos trabalhadores e trabalhadoras que vivenciam situações de preconceito. Então, debater o tema da diversidade sexual e a organização é importante para combater a transfobia e a homofobia que a gente sabe que acontecem nas relações de trabalho”, opinou Verônica. Para Jaqueline, inclusive, a luta LGBT se confunde com os problemas sociais em geral. ” Quando falamos sobre os direitos de lésbicas, de gays, de bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo, estamos falando do lugar de exclusão social que essas populações são colocadas por essa sociedade capitalista, excludente, machista, racista, lgbtfóbica, que nos considera inferiores”, discursou a psicóloga.
Tainá de Paula reforçou que é preciso a união de todos em torno da causa, pois “a classe trabalhadora é diversa. E a gente precisa entender que o nosso inimigo é comum e que ele não entende raça, classe e gênero. Então, o Sisejufe está de parabéns por estar garantindo o que entendemos como democracia diversa e feminista”, comemorou a arquiteta. Ana Beatriz destacou que debates como o promovido pelo Sisejufe servem também para que o próprio movimento LGBT reflita sobre a sua trajetória, desafios e sobre a forma de contribuir para a sociedade. “Só assim, entendendo o que ele se propõe, é que a gente conseguirá se reafirmar e pensar uma política que seja verdadeiramente inclusiva”, afirmou a estudante.