Os servidores em greve na Justiça Federal do Maranhão concentraram-se na manhã desta segunda-feira (22), nas dependências da Seção Judiciária do Maranhão, de onde saíram para receber e cobrar o presidente do Supremo Tribunal Federal, que cumpre agenda no estado. O funcionalismo reivindicou uma posição do STF mais incisiva em relação ao projeto que reajusta os vencimentos da categoria, previsto para votação no Plenário do Senado no próximo dia 30, após o governo manobrar e retirar da pauta no último dia 10. Na última sexta-feira, era esperado, conforme divulgado, que o Executivo enviasse ao menos uma proposta de negociação ao Supremo, o que não foi feito, frustrando os servidores.
Em São Luís, os manifestantes seguiram para o Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, onde Lewandowski era aguardado. Eles conseguiram acompanhar a chegada do presidente do Supremo, que recebeu a categoria e disse estar “lutando” pelo PLC 28:
“O nosso projeto deve ser votado dia 30. Vamos fazer o melhor possível. O momento é de crise, todos sabemos, mas o presidente do Senado está do lado dos servidores”, disse Lewandowski.
Indagado se havia proposta de rebaixamento do PLC 28, ele afirmou:
“Nós estamos lutando, o que nós estamos conversando, sempre em contato com as lideranças sindicais, é de fazer um diferimento dos primeiros pagamentos (adiamento das parcelas iniciais”. A partir daí, foi questionado, então, sobre a previsão de como seria esse “diferimento”. “Previsão de quando ministro?”, ao que respondeu, não sobre o adiamento das parcelas, mas sobre a previsão de votação, reafirmando o dia 30 como perspectiva para apreciação no Plenário do Senado.
Perguntado, então, se a previsão de votação era do PLC 28, pois até o momento não houve contraproposta do governo, em torno do projeto integral (da forma que está), ele respondeu:
– “O projeto será votado. Nós estamos lutando sempre pelo máximo” (mais favorável ao servidor e mantendo a integridade do projeto).
Os servidores refutaram ainda a justificativa de crise para qualquer alteração do PLC 28, contra-argumentando com os fatores que têm corroído os salários e as carreiras no Judiciário Federal e no MPU (inflação alta, congelamento salarial por anos a fio), ao que o ministro concordou: “Os argumentos de vocês são os mesmos meus argumentos, então vocês podem estar certos de que nós estamos juntos”, garantiu.
Quando indagado se o Ministério da Fazenda fala em rebaixamento da proposta, ele foi taxativo: “Não, não há nenhuma proposta até o momento”, afirmou.
Em seguida, os grevistas fizeram passeata pelas ruas no entorno do Tribunal de Justiça do Maranhão, no Centro Histórico de São Luís do Maranhão.
Fonte: Sintrajufe-MA