Alto contraste Modo escuro A+ Aumentar fonte Aa Fonte original A- Diminuir fonte Linha guia Redefinir
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

JORNADA CONTINENTAL – Defender a democracia e combater o neoliberalismo é a base da unidade dos povos

No segundo dia da Jornada Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo, em Montevidéu, cerca de três mil militantes, de centenas de movimentos e organizações de 23 países estiveram reunidos para debater os impactos da ofensiva neoliberal na região e discutir estratégias e agendas de luta para defesa da democracia e a luta contra o neoliberalismo.

Uma grande delegação do Brasil, oriundos de diversos sindicatos estão presentes no evento. Vindos de vários estados e representando diversos ramos de atividade, todos buscando construir  a unidade para enfrentar ataques aos direitos dos trabalhadores  e das trabalhadoras  no Brasil, no Continente e no mundo. A Confederação Sindical das Américas (CSA) é uma das principais impulsionadoras da Jornada, ao lado da Marcha Mundial das Mulheres.

Greve parcial, Ana Júlia e Mojica
No primeiro dia de encontro foi realizada uma marcha, apoiada pelo Plenário Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT), central sindical uruguaia que realizou uma greve parcial, durante o dia da Jornada, em solidariedade aos ataques aos direitos trabalhistas no Brasil e na Argentina e em defesa da negociação coletiva, do direito à aposentadoria digna e ao trabalho para as pessoas com deficiência, a qual se somou à marcha que encerrou, no final da manhã, com um ato político.

Passeata

PIT-CNT, central sindical uruguaia, realizou uma greve parcial, durante o dia da Jornada, em solidariedade aos ataques aos direitos trabalhistas no Brasil e na Argentina

Na parte da tarde, foram realizados dois painéis no Velódromo do Parque Battle, espaço que sedia o encontro. No primeiro foram discutidas algumas das estratégias e experiências de luta dos movimentos sociais no continente e, no segundo painel, os desafios frente à onda conservadora e os ataques à democracia. Participaram desses painéis a estudante Ana Julia Ribeiro, uma das lideranças da Primavera Secundarista que ocupou milhares de escola pelo Brasil em 2016 e Pepe Mojica, ex-presidente do Uruguai, que empolgou o público com sua crítica feroz a um mundo cada vez mais desigual, seu amor pela humanidade e sua disposição para a luta.

Painéis apontam para a resistência e para a luta
No segundo dia da Jornada, os diversos painéis trabalharam os eixos “Resistência e  Luta dos Povos”, nas tendas temáticas de “Livre comércio – os ataques do capital contra a vida”, “Resistências populares frente ao poder das transnacionais”,  “Democracia e soberania” e “Integração dos povos”.

Em destaque, no eixo “Democracia e Soberania, a luta pela democracia travada pelas Madres da Plaza de Mayo, movimento internacional,  representado no painel por Nora Cortiñas, surgido na Argentina, que que denuncia os desaparecimentos realizados pelos militares de milhares de homens  e mulheres durante a ditadura  militar na naquele país.

Outro destaque foi a presença da Frente Brasil Popular (FBP), representada por Beatriz Cerqueira, que conclamou a unidade de trabalhadores e trabalhadoras para barrar os ataques e perdas de direitos patrocinadas pelo capitalismo, em fase predatória,  que assola no mundo.  Beatriz destacou a importância de ombrearmos lado a lado nas lutas, pois os que nos atacam não estão fracionados e falam a mesma língua, a da dominação,  que trata da retirada de direitos  para lucrarem mais. Segundo ela, “trabalhadores do setor público e da iniciativa privada, homens e mulheres, ativos e aposentados, todos são  vítimas da política de desmonte do Estado, de entrega de patrimônio  nacional, de retirada de direitos e do fechamentos de postos de trabalho cargos públicos”.

Para Beatriz, o momento exige unidade nacional e apoio internacional. “Quando um trabalhador ou trabalhadora é atingindo em seus direitos, quando lhe retiram a dignidade em prol de um projeto de redução do Estado e, de quebra, da soberania nacional, todos os trabalhadores  devem se sentir atingidos”, atesta a militante da FBP.

20171117_130437

Anny Figueiredo (a esquerda) após participar de painel, segue distribuindo material do Sisejufe

Anny Figueiredo, representante sindical de base do TRT1/Região  dos Lagos, do Sisejufe, participante do painel, nesse sentido afirma que “o mal que atinge aos brasileiros  e brasileiras, hoje, com as antirreformas neoliberais de Michel Temer, já ocorreu em outros países da Europa e da América Latina e que ocorre em outros tantos países, se não  houver luta, ocorrerá Mundo todo”.

Unidade na ação
No eixo das “Resistências populares frente ao poder das transnacionais”, fizeram parte – junto com outros, as diretoras do Sisejufe, Lucena Pacheco, Soraia Marca e Neli Rosa. Os painelistas discorreram sobre os problemas gerados em seus países pelas multinacionais, o domínio que exercem e a dificuldade de resolver esses problemas pelas leis de cada país. As multinacionais conseguem, através de mecanismos legais, não sofrerem as sanções, bem como são beneficiados com as desonerações comandando o sistema econômico e financeiro em todos os setores e regiões onde se instalam. “Assim, nos resta pensarmos estratégias conjuntas em defesa dos povos. Sindicatos, camponeses, mulheres, povos indígenas, movimentos sociais em geral devem se unir para fazer a luta conjunta” defendeu Lucena Pacheco.

20171117_131848_001

A diretora do Sisejufe, Eunice Pacheco, também distribuindo material do sindicato em defesa dos Judiciários brasileiros

A diretora Eunice Barbosa acompanhou o painel temático sobre “Integração  dos povos” e avaliou  que a unidade dos povos é a única chance para se avançar para um mundo melhor.

IMG-20171117-WA0056

Soraia Marca, do Sisejufe, durante a Jornada, na defesa contra o desmonte do Judiciário Federal brasileiro

Delegação do Sisejufe distribui material
A delegação do Sisejufe distribuiu, ao longo do dia, material de denúncia sobre as reformas de Michel Temer, em especial a da Previdência. Além disso as delegadas do Sisejufe fizeram a denúncia aos ataques  às  justiças do Trabalho e Eleitoral,  como parte do processo de desmonte do Judiciário Federal e do Estado brasileiros, provocado pelos cortes da Ementa 95, que congela investimentos no serviço  público e impede à reposição  dos quadros de pessoal, precarizando e reduzindo o quadro de servidores, impedindo a realização  de direitos  dos cidadãos. Bottons, adesivos e carta à população foram compartilhados com os presentes nas atividades da Jornada, com ampla aceitação pelos presentes.  Os representantes da delegação do Judiciário Argentino também levaram material do Sisejufe para divulgar os ataques  aos trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário Federal brasileiro, em seu pais.

Neste sábado, 18 de novembro, a Jornada encerrará com uma plenária conjunta de todas as delegações para debater e deliberar ações e lutas conjuntas pela Democracia e contra o neoliberalismo.

Últimas Notícias