A declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que pretende abreviar o rito da Reforma Administrativa, acendeu um alerta máximo entre entidades e servidores públicos. Em entrevista ao Estadão/Broadcast nesta quinta-feira (4/12), o parlamentar afirmou que sua intenção é levar a proposta diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões, o que amplia o risco de aceleração da votação.
As falas ocorreram enquanto Motta deixava um hotel em Brasília, após participar do Fórum Jota – Segurança Jurídica. Questionado sobre a retirada de assinatura de 30 deputados da PEC, ele minimizou o impacto: “Do ponto de vista regimental, não tem nenhum prejuízo. O que nós temos que ter é condição política mesmo para aprovar. É o que estou sentindo com as lideranças.”
Indagado sobre o encaminhamento do texto — se seguiria para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou se seria apensado a uma PEC já pronta para análise do plenário — Motta foi direto: “A minha ideia é levar direto para o plenário”.
Diante dessa movimentação, o Sisejufe reforça que a população e as entidades representativas precisam intensificar ainda mais as mobilizações contra a proposta, que representa um profundo desmonte dos serviços públicos.
Para o Sindicato, a Reforma Administrativa implica a destruição do serviço público, com prejuízos diretos para toda a sociedade e para os servidores. O projeto deve ser combatido com firmeza e a pressão organizada da categoria será determinante. A diretoria lembra, ainda, que 2026 é ano eleitoral: os deputados que votarem a favor da Reforma Administrativa devem ser rechaçados nas urnas. Os parlamentares precisam compreender que o eleitor exerce seu poder por meio do voto.