Cerca de 400 servidores públicos federais de todo Brasil, dentre eles trabalhadores do Judiciário Federal do Rio, estiveram no Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), na quarta-feira, dia 19 de março, pelo Dia Nacional de Mobilização, para cobrar a abertura de negociação da Campanha Salarial Unificada de 2014. Eles foram cobrar, ainda, resposta formal à pauta de reivindicações protocolada no dia 23 de janeiro, que deveria ter sido respondida até o Carnaval, conforme compromisso do governo feito no dia 5 de fevereiro.
Durante a manifestação, depois de muita pressão dos servidores para que o governo desse uma satisfação à categoria, uma comissão de 15 entidades nacionais – entre elas a Fenajufe – foi recebida pelo secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça e por mais três representantes do MPOG. Os representantes dos servidores insistiram para que o governo reabra as negociações com os servidores e reiteraram o pedido de resposta à pauta de reivindicações, protocolada no ministério no dia 23 de janeiro, que deveria ter sido respondida até o Carnaval.
Os representantes do governo afirmaram que têm um acordo firmado em 2012 com servidores, ainda em cumprimento até 2015, e que os servidores teriam recebido reestruturação de salários entre 2003 e 2010 durante o governo Lula. Acrescentaram que o governo Dilma, continuidade do anterior, não poderia ter a mesma política para o funcionalismo. Sérgio Mendonça reconheceu a falha ao não ter respondido a pauta de reivindicações até o Carnaval como havia se comprometido e que deverá responder até o fim de março, mas adiantou que “não tem margem para aumento salarial”. Ele informou, ainda, que a ministra Mirian Belchior não recebeu os servidores por decisão de “cima”, logo do governo, e que o interlocutor com os servidores é somente a Secretaria de Relações de Trabalho.
Ainda em relação à pauta, Mendonça adiantou que é decisão pessoal da presidenta Dilma Rousseff discutir negociação coletiva somente se o debate for feito em conjunto com a questão do direito de greve, que vem sendo debatido e combatido pelos servidores no Congresso Nacional. Ainda segundo ele, o governo não discutirá nenhum dos demais pontos da pauta de reivindicações e a única questão que poderá ser objeto de reflexão por parte do governo é o reajuste dos benefícios, mesmo assim sem nenhuma garantia.
Durante a reunião o diretor da Fenajufe, Saulo Arcangeli, afirmou ao secretário “que o governo desrespeita os servidores ao não responder à pauta conforme prometido. Além disso, a presidente Dilma condiciona a discussão sobre a negociação coletiva à regulamentação do direito de greve e mantém o desrespeito à data-base, lembrando inclusive do Recurso Extraordinário (RE) 565089 que trata do tema e encontra-se no Supremo Tribunal Federal (STF), informando, ainda, que consta da pauta da federação, encaminhada e discutida no STF, e que poderá, a qualquer momento entrar em pauta, conforme pedido da federação em recente reunião com o presidente Joaquim Barbosa”.
O resultado dessa reunião não foi além do esperado pelos servidores, uma vez que o governo vem sinalizando que pretende continuar com sua política de congelamento salarial, retirada de direitos e de desrespeito à data base. E para enfrentar essa situação, aumenta a necessidade de preparação da greve conjunta de todo o funcionalismo.
Da Redação com informações da Imprensa Fenajufe