Alto contraste Modo escuro A+ Aumentar fonte Aa Fonte original A- Diminuir fonte Linha guia Redefinir
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no estado do Rio de Janeiro - Telefone: (21) 2215-2443

Governo Bolsonaro aprova Reforma da Previdência mas sofre derrota no abono do PIS/Pasep

Texto-base obteve 56 votos favoráveis e 19 contrários

Apesar de aprovar o texto-base da Reforma da Previdência em primeiro turno no Senado na noite de terça-feira (1º/10), o governo Bolsonaro sofreu grande derrota ao não ter conseguido barrar a emenda que retirou da PEC 6 a proposta que mudava as regras para concessão do abono salarial do PIS/Pasep. Com isso, fica mantido o direito do trabalhador que ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996) ao benefício de um salário mínimo (R$ 998). A proposta derrotada do governo previa que o patamar para concessão do abano baixaria para 1,4 mínimo, excluindo pelo menos 13 milhões de pessoas.

Depois de ser aprovado pela CCJ da Casa, o texto-base obteve 56 votos favoráveis e 19 contrários. No caso dos servidores públicos, as mulheres vão poder se aposentar aos 62 anos e os homens aos 65 anos de idade. Nas duas situação, será preciso cumprir as seguintes regras: 25 anos de contribuição, dez anos no serviço público e cinco anos no mesmo cargo.

Com a PEC 6, fica instituída uma idade mínima para aposentaria pelo INSS de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, com  tempo mínimo de contribuição de 15 anos para mulheres e homens (20 anos para homens que começarem a trabalhar depois que a reforma começar a valer). Já a fórmula de calcular o valor da aposentadoria passa a ser assim: mulheres terão que contribuir por 35 anos para conseguir 100%; homens, por 40 anos, para ter o benefício integral. Além disso, o texto estabelece o valor da aposentadoria a partir da média de todos os salários, em vez de permitir a exclusão das 20% menores contribuições.

A pensão por morte terá novo cálculo do valor, passando a ser de  50% da aposentadoria mais 10% por dependente, mas não pode ser menor que um salário mínimo (R$ 998).

Nesta quarta-feira (2/10), os senadores continuam votando os demais destaques. Serão votadas outras seis propostas de mudança no texto da PEC 6, a partir das 11h.  A reforma ainda precisa passar por um segundo turno de votação no Senado. E a expectativa do governo é concluir a votação em segundo turno até 10 de outubro. Porém, alguns senadores ameaçam atrasar a segunda rotada votação.

Um dos maiores críticos da reforma durante todo o tempo de discussão no Senado, Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o déficit alegado pelo governo não é real e citou estudo divulgado por pesquisadores da Unicamp que aponta manipulação nos números divulgados pelo governo. Para ele, há outros caminhos para arrecadar, como mecanismos para inibir a sonegação e cobrança de grandes devedores.

“É apropriação indébita, R$ 30 bilhões por ano, que são arrecadados, tirados do trabalhador, e as empresas não repassam para a Previdência. E os Refis [programas de refinanciamento] dão perdão para os grandes devedores”, argumentou Paim.

O que ainda pode mudar com as emendas que serão analisadas nesta quarta-feira (3/10)

Pedágio

O destaque do Podemos retira do texto o pedágio de 100% sobre o tempo que falta na regra de transição que permite aposentadoria com idade mínima de 57 anos (mulher) e 60 anos (homem), no serviço público e no setor privado. Impacto: R$ 81,7 bilhões

Pensão por morte

Apresentada pelo PT, a emenda mantém a fórmula de cálculo da pensão, que atualmente é integral. Pela reforma, o valor da pensão por morte cairá para 50% do valor do benefício, mais 10% por dependente, no limite de 100%. Impacto: R$ 106,8 bilhões

Fórmula de cálculo do benefício

Destaque da Rede mantém a fórmula de cálculo do benefício mais vantajosa, considerando os 80% maiores salários de contribuição, desprezando os 20% menores.  Pela reforma, o valor do benefício passa a ser definido com base na média do histórico contributivo dos trabalhadores. Impacto: R$ 193 bilhões

Anistiados políticos

A proposta do MPB procura recuperar um dispositivo do texto original do governo que permite a cobrança de contribuição previdenciária de anistiados políticos, vendando também o  acúmulo de benefícios para anistiados políticos. Foi sugerida pelo governo. Impacto positivo: R$ 1 bilhão

Idade mínima das mulheres

Emenda do PDT reduz a idade mínima de aposentadoria das mulheres de 62  para 60 anos. O destaque retira um dispositivo que previa o aumento dessa idade em seis meses a cada ano até atingir 62 anos. Impacto: R$ 36,9 bilhões

Aposentadorias especiais de trabalhadores que lidam com atividade prejudiciais à saúde

Apresentada pelo PROS, a emenda permite que trabalhadores expostos agentes nocivos continuem se aposentando sem idade mínima. Pela proposta, essa categoria teria que cumprir idade mínima de 55 anos, no caso de risco elevado, 58 anos, risco moderado e 60 anos, risco leve. Impacto: R$ 57,6 bilhões

PEC Paralela para agilizar tramitação da PEC 6

Para agilizar a tramitação da Reforma da Previdência no Congresso, foi feito um acordo político para que o Senado aprove o texto que chegou da Câmara sem mudanças. As alterações foram reunidas na PEC 133 de 2019, a chamada de PEC paralela. Ela inclui servidores de estados e municípios na reforma e a previsão de novas fontes de receita para a Previdência, entre outras medidas que poderão ser acrescentadas durante a tramitação. A PEC 133 vai tramitar paralelamente ao texto principal.

Depois de lida em plenário no Senado, ela passará pela CCJ da Casa e, em seguida, irá para a votação em dois turnos. Se aprovada, segue para a Câmara, onde passa por uma comissão especial, pela CCJ e por votação em dois turnos no plenário. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) será o relator da PEC paralela na CCJ do Senado.

Fonte: Com informações de sites de notícias

Últimas Notícias