Deputados que embarcavam com destino à Brasília na terça-feira, dia 6, no Aeroporto Santos Dumont, foram recepcionados por manifestantes em protesto contra a aprovação da Reforma Previdenciária proposta por Michel Temer. O ato foi organizado pela Frente Rio Contra a Reforma da Previdência, que abriga diversas entidades sindicais como o Sisejufe, o Sindjustiça, o Sindifisco entre outras.
Esse foi o segundo protesto no Santos Dumont em uma semana, sendo que o primeiro aconteceu na segunda-feira, dia 5 de fevereiro. Os militantes da Frente Rio abordaram parlamentares que se dirigiam à capital federal com o intuito de pressionar os indecisos e mesmo os que já declararam apoio ao projeto de desmonte das garantias do trabalhador proposto pelo Executivo Federal.
Enquanto alguns parlamentares evitavam a manifestação com medo de represália, outros como Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Luiz Sérgio (PT-RJ), contrários à Reforma, conversaram com o público que ocupava o segundo andar do saguão do aeroporto. Para Jandira, “o governo de Temer está contando com o apoio do mercado e de alguns grandes empresários para pressionar deputados, criando um clima de instabilidade econômica”. Ainda de acordo com ela, “este é o momento de se manter firme e continuar lutando pelo trabalhador”.
Luiz Sérgio também destacou a continuidade das manifestações. “É importante que cada cidadão faça o papel de cobrar o seu candidato a votar contra a Reforma”, afirmou o deputado.
Apesar da nova ofensiva de propagandas do Governo Federal para tentar convencer a população de que a Reforma Previdenciária tem como objetivo
acabar com os “privilégios” de servidores públicos, que supostamente possuem um regime de aposentaria diferenciado, a proposta é considerada impopular. Uma das faixas penduradas no aeroporto dizia que “Quem votar não volta”, em uma referência à possibilidade de os parlamentares não serem reeleitos se apoiarem a medida.
Para Lucas Costa, dirigente do Sisejufe, “tanto a reforma Trabalhista quanto a Terceirização indiscriminada da mão de obra já implicam, no longo prazo, em enorme reflexo negativo para a Previdência pública, prejudicando o sistema como um todo”, portanto, segundo ele, “agora é hora de, assim como na luta contra as alterações nas leis trabalhistas, é preciso que o movimento dos trabalhadores volte a sua energia contra a famigerada reforma da Previdência”.
Segundo Soraia Marca, também do Sisejufe, “para travar a reforma maléfica, [é preciso que todos estejam unidos, como classe trabalhadora. Somente essa união será capaz de nos trazer a vitória e a Frente Rio contra a Reforma da Previdência propicia essa união, já que é formada por diversas entidades representativas do trabalhadores municipais, estaduais e federais”.
Além de Lucas Costa, também estiveram presentes na manifestação, pelo Sisejufe, Ricardo Azevedo, Neli Rosa, Mariana Petersen, Laura Diógenes, Eunice Barbosa, Soraia Marca e Lucena Pacheco.
Por João Viana, da Redação do Sisejufe para a Frente Rio contra a Reforma da Previdência