Questionário pode ser acessado pelo aplicativo do Sisejufe, pelo site no endereço www.sisejufe.org.br/pesquisasaude2018 ou clique aqui
Na sexta-feira (15/6), foi lançada a II Pesquisa de Saúde dos Servidores do Judiciário Federal do Rio de Janeiro, em evento do auditório do Sisejufe, sob a coordenação de Helena Cruz, diretora do Departamento de Saúde e Combate ao Assédio. Na ocasião, o psicólogo Arthur Lobato, do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal do estado de Minas Gerais (Sitraemg), comandou o debate e o departamento apresentou os resultados de 2014 e detalhou os pontos da atual pesquisa.
Durante a palestra, Lobato deu ênfase ao assédio moral, uma das principais causas que afeta a saúde mental do servidor. “O assédio é o processo com a intenção de prejudicar, humilhar, para que exista a negação da identidade do indivíduo. É tão perverso que a pessoa não aguenta e se aposenta”, afirmou. O psicólogo ainda destacou as metas abusivas, o aumento do volume de trabalho e a proibição da reposição dos aposentados e dos que estão afastados por causa de doença, como problemas que a categoria enfrenta atualmente. De acordo com ele, tudo isso tem um objetivo muito claro: a desconstrução do serviço público. “O assédio moral é usado como método de gestão. Então, devemos trabalhar em três eixos: prevenção, intervenção e acolhimento”, afirmou.
Aberto o debate, os presentes também levantaram pontos relevantes sobre o assunto. Foi o caso, por exemplo, da assistente social do TRF Márcia Souza, que ressaltou a importância da Resolução 257, referente à política de saúde, e cobrou a sua implantação. Já Valter Nogueira Alves, presidente do Sisejufe, falou sobre as dificuldades que o servidor enfrenta até para caracterizar a doença que o acomete. “Não é admissível que o trabalhador saia de uma licença médica, da perícia, sem aquilo estar configurado se é ou não acidente de trabalho”, disse, prometendo enfrentar o problema de frente. João Batista, diretor do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal no Estado de Goiás (Sinjufego), elogiou a iniciativa e revelou que vai levá-la a seu estado. “Quero implantar as boas práticas. Em um ano, contabilizamos 800 atestados médicos. Então, a questão da saúde tem que ser pauta recorrente, tão importante quanto à pauta salarial”, afirmou.
Segunda edição da pesquisa é ampliada e deve estar na Intranet dos tribunais
O trabalho te adoece? É para encontrar a resposta a esta pergunta que o Sisejufe preparou a segunda edição da Pesquisa de Saúde – a primeira foi realizada em 2014. Com 115 questões (objetivas, na maioria), ela pode ser acessada no site, nas mídias sociais e no aplicativo do sindicato. “Assim, em qualquer lugar em que estiver, o servidor poderá preencher. Mas vamos encaminhar o link da pesquisa também para os tribunais, a fim que seja disponibilizado na Intranet. Ficará disponível durante dois meses”, avisou Vera Miranda, assessora política do Sisejufe.
Na nova versão da pesquisa, revista e ampliada, o servidor responde questões se tem dores e como se sente em relação ao prazo para o cumprimento das tarefas. “Aprimoramos o questionário para pessoas com deficiência e, nesta edição, formatamos de um jeito que há blocos específicos para cada área, com acesso restrito aos que atuam nela”, explicou Vera.
Pesquisa também está no aplicativo do Sisejufe
O objetivo da pesquisa é atualizar os dados sobre o adoecimento dos funcionários do Judiciário e do avanço das doenças do trabalho, principalmente as vinculadas ao esforço repetitivo e ao sofrimento mental. A inovação desde ano é que o questionário também está no celular. Para baixar o SisejufeApp é só entrar nas lojas Play Store ou APP Store.
Com os resultados em mãos, o sindicato cobrará das administrações a implantação de políticas de prevenção à saúde e formulará ações para a caracterização e o reconhecimento do acidente em serviço e da aposentadoria por invalidez, tanto pelas doenças físicas quanto pelas psíquicas, originadas pelo assédio moral. “No sindicalismo do século XXI, temos que ter dados científicos para provar. Então, temos que usar as pesquisas para denunciar o óbvio. Temos que usar de todos os argumentos da ciência, da academia, do esforço sindical, do próprio do novo mundo do trabalho”, defendeu Lobato.
Maioria estava em tratamento de saúde
Vera também discorreu sobre os resultados da pesquisa Sua saúde é nossa pauta, de 2014, que ganhou um relatório ilustrado, distribuído durante o evento. Nele, é possível observar os problemas que mais atingem a categoria e que são possíveis causas de adoecimento.
Dos 1.097 entrevistados, 59% responderam que estavam fazendo tratamento de saúde, 51% sentiam dores no pescoço e 52%, nas costas. Outro dado que chama a atenção é o aumento de trabalho. Na ocasião, 61% confirmaram o acréscimo de tarefas e 39% apontaram a diminuição de número de servidores como causa da situação.