Servidoras e servidores do Judiciário Federal tiveram uma missão mais que especial no último sábado (29/02). Como integrantes da Fina Batucada, bateria majoritariamente feminina da Escola de Músicas Villa Lobos, participaram da bateria da Embaixadores da Alegria, primeira escola de samba voltada às pessoas com deficiência, que abriu o desfile das campeãs na Marquês de Sapucaí. A chuva torrencial não foi motivo para desanimar o grupo, que atravessou a avenida com muita garra, sob o comando do mestre Riko, juntamente com outros 250 ritmistas. Riko é também o professor do curso de percussão brasileira Batuque na Justiça, que o Sisejufe oferece aos associados desde o início do ano passado. Dali surgiu o convite para participar do desfile.
“É uma bateria maravilhosa, que faz empoderamento e organiza as mulheres para ocupar todos os espaços. É uma honra muito grande puxarmos essa escola formada por pessoas com deficiência. Entendemos como papel importante do sindicato apoiar e valorizar a arte e todas as iniciativas de inclusão, de valorização do ser humano e da vida. Não há democracia se não incluir todo mundo”, afirmou a diretora Eunice Barbosa.
Além da comissão de frente, a Embaixadores da Alegria apresentou todos os componentes de uma escola de samba tradicional, incluindo porta-bandeira, mestre-sala e rainha de bateria. Eles foram ovacionados pelo público ao desfilar na avenida com trajes e adereços criativos, representando o enredo “Embaixadores da Compadecida”, uma homenagem ao Movimento Armorial, que traz elementos da cultura popular nordestina. Como a escola não conta com apoio do governo, nem tem patrocínio, o sindicato ajudou a custear as camisetas da percussão.
“É um desfile lindo, que infelizmente as grandes mídias não divulgam, mas nós como membros da sociedade civil precisamos prestigiar, fazer a luta e estarmos juntos porque só assim conseguimos mudar esse mundo tão difícil que estamos vivendo nesse momento”, disse a coordenadora do Núcleo de Mulheres do Sisejufe, Anny Figueiredo.
Com talento, alegria e desenvoltura, cadeirantes, pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências comprovaram que o Carnaval pode ser usado como ferramenta de inclusão social.
“O Sisejufe está presente e agindo em todas as frentes de luta. Participar desse projeto nos enche de orgulho porque colaboramos para levar ao público uma mensagem de amor e cidadania”, ressalta a diretora Soraia Marca.