Ricardo de Azevedo Soares*
Hoje comemoramos o Dia Internacional de Lutas da Pessoa com Deficiência. E o que temos a comemorar de fato? Bem, a comemorar temos muito pouco, aliás, como já temos dito há alguns anos. As conquistas deste segmento da sociedade são sempre muito poucas e acontecem de modo bastante rarefeito, como de costume. São transportes nada acessíveis que enfrentamos todos os dias, locais de trabalho e de laser que não oferecem as mínimas condições de ir e vir, etc, etc, e etc.
Todas as conquistas que tivemos até hoje foram sempre com muita luta de nossa parte. São companheiros e companheiras de toda parte do planeta travando batalhas todos os dias com o objetivo de termos um mundo mais acessível e com menos barreiras, sejam elas arquitetônicas, da informação ou atitudinais, ao nosso ver, essas últimas são as que mais produzem efeitos nefastos ao nosso dia-a-dia. Cabe a nós, pessoas com deficiência esclarecermos às pessoas em geral do que somos capazes e quais são os nossos reais limites, desconstruindo assim os preconceitos já tão arraigados culturalmente em nossa sociedade.
Nós, pessoas com deficiência, seguiremos lutando hoje no Dia Internacional de Lutas da Pessoa com Deficiência e em todos os demais dias para que sejamos respeitados enquanto cidadãos que somos e com igualdade de Direitos e oportunidades. Queremos ser tratados com dignidade e com igualdade (essa última, quando estivermos em condições iguais e desigualmente na medida do que nos faz desiguais). Assim é o que diz o verdadeiro Princípio da Igualdade tão propalado por aí e principalmente esculpido em nossa Constituição Federal de 1988.
*Ricardo de Azevedo Soares – é diretor do Núcleo de Pessoas com Deficiência e dos departamentos Jurídico e de Administração e Finanças do Sisejufe