Finalizando o segundo dia de Congrejufe, no domingo (27/04) à noite, tivemos o painel “Quebrando Barreiras e Alargando Caminhos: Enfrentamento às Opressões e Construção de Políticas Permanentes”, que abordou temas fundamentais relacionados às pautas da população LGBT; de pretas e pretos; das mulheres; de pessoas com deficiência (PCD’s); de aposentados(as) e pensionistas; além da saúde do trabalhador.
Um dos debates mais fortes e emocionantes foi o que falou de Mulheres, Pretas e Pretos. Entre as palestrantes, a vereadora Luana Alves; Ana Paula Oliveira, cofundadora e coordenadora do movimento Mães de Manguinhos (RJ); e Camila Costa Marques, da Secretaria Municipal da Mulher e da Juventude na Prefeitura de Contagem (MG).
Ana Paula Oliveira, do Coletivo Mães de Manguinhos, é mãe de Jhonatha Oliveira, um jovem de apenas 19 anos, morto pela polícia, em 2014: “Meu filho tinha 19 anos de idade quando foi assassinado pela Polícia Militar. Tem 11 anos e até hoje é muito difícil falar sobre isso. O Mães de Manguinhos é um movimento de mulheres pretas, de mães, tias, familiares que buscam acolher outras mulheres que passam por essa mesma dor, por essa mesma violência. Mães que transformam sua dor em luta. Só depois que meu filho morreu e eu me perguntando tantas vezes “por quê?, por quê?”, é que eu me dei conta que é por causa da cor da nossa pele, é por causa do racismo que mata todo dia alguém nosso país. Do racismo que nos atravessa, nos mata, nos torna alvo todos os dias, seja no Rio, em São Paulo e em todo o país. Eu falo que justiça mesmo a gente não vai ter porque nada vai trazer nossos filhos de volta, mas queremos justiça para que isso não volte a acontecer com tantas outras mães como eu”, disse emocionada e levando algumas pessoas da plateia às lágrimas.
Outro momento emocionante desse grupo de discussão foi a homenagem feita à jornalista da Fenajufe, Joana D’Arc, mulher preta e profissional da Federação há quase 30 anos.
Os aposentados(as) e pensionistas também receberam atenção especial. Leonardo Pinho, consultor Ad Hoc da Comissão Permanente de Direito ao Trabalho do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), e o presidente do Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (MOSAP), Edison Haubert, compartilharam informações detalhadas sobre a atuação conjunta com a Fenajufe e os sindicatos de base sobre tramitação da PEC 555/2006 e outras iniciativas que visam garantir a equiparação de direitos e a recomposição de perdas inflacionárias.
Além disso, os altos índices de afastamento de trabalhadores por problemas de saúde mental foram enfatizados pelos participantes. “Hoje, nós já tivemos mais de 200 mil processos na Justiça do Trabalho cobrando vínculo empregatício. O processo de pejotização causa uma insustentabilidade da previdência no Brasil, e, a partir disso, aposentados e pensionistas seguem prejudicados. Somente com uma nova Reforma Trabalhista será possível modificar a situação atual”, disse Leonardo.
Outra mesa discutiu a realidade da população LGBT+ e, também, de pessoas com deficiência. Entre os palestrantes, Luna Leite, diretora executiva da Articulação Nacional de Trabalhadoras/es Trans e Travestis do Sistema de Justiça (ANTRAJUS) e André Coelho, presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência Região Sudeste da ABA – Associação Brasileira de Advogados.
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