Índios e ativistas temem que ocorra hoje a tão temida reintegração de posse do terreno
O clima é de tensão, expectativa e apreensão na Aldeia Maracanã, na manhã desta segunda-feira. Cerca de 150 pessoas, entre índios, ativistas e estudantes estão no local e temem que a reintegração de posse do terreno, onde está localizado o antigo Museu do Índio, ocorra nas próximas horas.
Por volta de 7h50, uma viatura do Batalhão de Choque passou pelas imediações da Aldeia, mas não parou. Os índios prometem resistir e lutar até o fim para permanecer no local.
Depois de um sábado tenso, por conta do cerco imposto pelo Batalhão de Choque à Aldeia Maracanã, o clima foi de tranquilidade neste domingo (13). O cerco durou cerca de 12 horas. Os homens do Batalhão de Choque deixaram o local às 19h30 de sábado, sem realizar qualquer ação, uma vez que não obtiveram o mandado judicial para reintegração de posse. A retirada foi aplaudida por indígenas e demais presentes.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que passou a tarde inteira com os índios, classificou como ‘estranha’ a mobilização da tropa de choque.
“Quem mandou a tropa o fez antes de obter autorização jurídica. Será que a polícia invadiria o local, mas não o fez por conta da presença das câmeras e autoridades”, indagou o parlamentar.
Manifestante observa a movimentação no entorno da aldeia
O defensor público federal Daniel Macedo considerou o episódio “vergonhoso”: “É a segunda vergonha do governo. A primeira foi afirmar que a demolição era uma exigência da Fifa. Mentira. Questionada pela Defensoria, a Fifa desmentiu. Disseram que jamais pediriam isso. A segunda é a tropa de choque indo embora sem decisão judicial”.
Ainda segundo Macedo, o governo estadual não realizará nenhuma nova ação neste fim de semana. Já na semana que vem, disse, o Executivo fluminense deve acionar a Justiça para obter a reintegração de posse.
Na internet, existe um petição online que solicita a não derrubada do antigo prédio do Museu do Índio, localidade da Aldeia Maracanã. Para assinar clique em http://migre.me/cO5fm.