Debaixo de forte chuva durante todo o trajeto, mais de cem servidores das justiças Federal, do Trabalho e Eleitoral da Baixada Fluminense participaram nesta sexta-feira (19/6) de uma passeata pela reposição salarial. Partindo da JF de Nova Iguaçu, o grupo seguiu por um trecho da Via Light e percorreu várias ruas do município.
Durante a manifestação, foram distribuídas cartas para explicar à população que a categoria está há nove anos sem correção inflacionária dos salários. Uns com guarda-chuva, outros sem qualquer proteção, todos seguiram sem desanimar até o prédio da Justiça do Trabalho, onde o ato foi encerrado com discursos.
Vinícius Vasconcelos, da ZE de Irajá e autor das paródias que têm feito sucesso nas passeatas, pediu que cada servidor assuma o compromisso de trazer pelo menos mais um colega para a greve. “A Justiça Eleitoral não tinha tradição de participar de paralisações porque até 2006 não tinha quadro efetivo de servidores. Eram todos cedidos de outros órgãos da administração federal. É a primeira greve que participo com tamanha adesão. Estamos demonstrando a força que a categoria tem de se insurgir contra a opressão”, disse.
O servidor Fábio de Jesus, da Vara do Trabalho de Caxias, pediu que seja levada ao comando de greve a proposta de realização de uma nova passeata na próxima quarta-feira (24/6), desta vez no município onde trabalha. E fez um apelo para que a luta se intensifique. “Greve é guerra. É importante que pare o balcão, tem que descer e conversar com a população. É o grito de desespero do trabalhador. É isso ou nada”, afirmou Fabio, convidando os presentes a participar de um café da manhã em sua vara, na terça-feira (23/6).
As diretoras do Sisejufe Mariana Liria e Eliana Pinto pediram o empenho de todos para mater a força do movimento. Mariana informou que o governo federal ainda não havia apresentado nenhuma proposta de acordo e pediu aos servidores que não ‘embarquem’ nos boatos disseminados pelas redes sociais. “Confiem nas informações que são colocadas em nosso site. Nós estamos acompanhando a evolução das negociações diretamente de Brasília. Quando houver novidades, vocês serão informados pela nossa página”, disse.
A dirigente sindical pediu ainda aos servidores que não aderiram à greve para sair da zona de conforto. “Se o juiz disser que você não pode fazer greve, não aceite. Não podemos admitir que proíbam nosso direito de greve. Nosso movimento é legítimo. Se não brigarmos pela reposição salarial hoje, vamos ter que mudar as prioridades da nossa vida. Não podemos esmorecer”, concluiu Mariana.