Alerta é do presidente do Sisejufe, em conversa com servidores da Justiça Federal de Barra do Piraí, nesta terça (18/6)
A Reforma da Previdência (PEC 6) foi o tema da conversa do presidente do Sisejufe, Valter Nogueira Alves, com os servidores da Justiça Federal de Barra do Piraí, nesta terça-feira (18/6). O dirigente explicou que as mudanças na proposta após a apresentação do relatório não trazem vantagens para servidores públicos nem para os trabalhadores do Regime Geral. “Foram tirados alguns bodes da sala como a questão da capitalização, que transferia o modelo de repartição ao setor financeiro, aos bancos. Fora isso, as alterações foram mínimas”, destacou.
Valter informou que há questões prejudiciais na proposta, como a média salarial, que pode afetar os servidores. “Com a média salarial de todas as contribuições mais o fator 60, um salário de R$ 10 mil, por exemplo, pode cair para R$ 5.400,00. As pessoas não estão se dando conta disso, principalmente os mais novos, que acham que não vão ser atingidos. Vão ser atingidos sim. Você vai perder metade do salário da aposentadoria”, afirmou.
Reforma da Previdência não é caso isolado
O dirigente mostrou outros pontos absurdos da PEC 6, como as regras para mulheres; a não-cumulação do Regime Geral do INSS com aposentadoria pública; e a diferença dos valores das pensões, que diminui pela metade. “Os aspectos da reforma como um todo são muito ruins. Então é importante continuarmos nessa mobilização, conversando com as pessoas para conseguir alterar os rumos da proposta. A Reforma da Previdência não é um caso isolado, é apenas um dos pilares de um conjunto de medidas que vem sendo implementadas ao longo dos últimos três anos. Primeiro veio a PEC do Teto que congelou os gastos e, com isso, vamos viver o pior ano da história do Judiciário em 2020, já que vamos estar com orçamento de 2016, corrigido apenas pela inflação”, disse o presidente do Sisejufe, lembrando ainda dos efeitos prejudiciais da Reforma Trabalhista.
Para Valter, esse cenário implicará em medidas drásticas como corte de estagiários, diminuição do horário de expediente, fechamento de órgãos jurisdicionais e incorporação de novas varas. “Toda ação é para atingir os mais vulneráveis. Por todos esses motivos temos que lutar contra essa reforma”, concluiu.