O chefe da 138ª Zona Eleitoral (ZE), de Queimados, José Luiz de Oliveira, é um dos seis mil desalojados pelas enchentes em todo o estado, segundo levantamento feito pelo RJTV, da Rede Globo, no dia 12 de dezembro. Sua casa, localizada em Queimados, um dos municípios mais atingidos pelas chuvas, ao lado de Nova Iguaçu, foi invadida pelas águas em 5 e 10 de dezembro. Na madrugada do primeiro dia, o nível d’água ultrapassou um metro de altura. “Não sobrou nada. É uma sensação de impotência”, desabafa o servidor, que está morando de favor, junto com a mulher Kátia, na casa de um amigo.
O drama do servidor fez a colega Tereza Ribeiro, chefe da 185ª ZE, na Praça Seca, Capital, tomar a iniciativa de promover uma campanha, com autorização de José Luiz, para ajudá-lo a comprar tudo novamente: móveis, eletrodomésticos etc. “Ele sempre nos auxilia nas nossas causas, sempre muito participativo, e, agora, é ele quem está precisando do nosso apoio”, afirma a servidora. Quem quiser contribuir, pode depositar qualquer quantia na conta da Caixa Econômica Federal, agência: 4097, operadora: 001, conta-corrente: 663-5.
Momentos dramáticos
Às 19h30 do dia 5 de dezembro, quando José Luiz chegou em casa, os relâmpagos já anunciavam as chuvas fortes. Ele estava tranquilo, uma vez que realizara obras de contenção para evitar que o rio ao lado do seu quintal transbordasse em sua residência. Os primeiros sinais da iminente tragédia, entretanto, apareceram poucos minutos depois, quando a água começou a jorrar pelo ralo da varanda. Ele e a esposa trataram de pegar baldes para conter a água, mas não foram bem sucedidos. Logo a água avançou do quintal para as áreas internas da casa. “Nesse momento o caos já estava instalado. O esforço foi colocar tudo o mais alto possível. Mas rapidamente a água chegou à altura do peito”, relata.
José Luiz ficou muito preocupado com a esposa, hipertensa. “Ela estava apavorada diante de cenas como as nossas duas geladeiras boiando e caindo uma sobre a outra”, recorda abalado. O portão da garagem desabou. E só era possível ver o teto do carro. Só a partir das 3h da madrugada de quarta-feira, o nível da água começou a baixar. Os quatro cachorros do casal foram colocados, a salvo, em cima de um colchonete.
Estado de choque
No dia seguinte pela manhã, ao ter a real noção do tamanho do estrago, José Luiz ficou em estado de choque. Geladeiras, camas, armários, sofás, fogão, quase tudo havia sido perdido com a enchente. “Parecia que havia passado um tsunami”, desabafa. “Tiramos força não sei de onde para limpar tudo”. Kátia não queria mais dormir na casa, que fica a uns 80 cm abaixo do nível da rua, mas José Luiz insistiu, apelando para um ditado popular: “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”.
Para desespero do servidor, no entanto, nova tempestade caiu no estado do Rio na manhã do dia 10. O casal, que dormia num colchonete no chão da residência, acordou encharcado, uma vez que a água já estava novamente invadindo o ambiente. “As poucas coisas que conseguimos salvar na tragédia da semana anterior, como a TV, o computador e o celular, foram danificados nesse novo episódio”, lamenta. Desde então, eles estão na casa de um amigo e já procuram novo endereço para morar. “Muitas pessoas na região também perderam tudo, então, não está fácil encontrar um novo lar”, ressalta. “Por todas essas dificuldades pelas quais venho passando, tenho que agradecer muito a todos aqueles que puderem ajudar”, enfatiza. “Por mais que seja duro, o momento é de recomeçar”.
Como ajudar
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 4097
Operadora: 001
Conta-corrente: 663-5
CPF: 739843107-49