O chefe da Assessoria de Segurança (Assegur) do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Rio de Janeiro, coronel da Polícia Militar, José de Oliveira Penteado, nomeou o tenente-coronel da PM Márcio de Oliveira Rocha como assistente da Assessoria de Segurança e Transporte do tribunal. O oficial levado por Penteado para os quadros do TRE é acusado pelo Ministério Público, conforme reportagem do jornal O DIA, de chefiar uma quadrilha fardada que cobrava propina a motoristas do transporte alternativo em pelo menos três áreas pacificadas da Tijuca. Rocha foi comandante do 6º BPM (Tijuca) na ocasião. Ele pediu exoneração segunda-feira (12/05). (Leia abaixo a íntegra da matéria).
Para quem não se lembra, o coronel José de Oliveira Penteado, também comandou o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na desastrosa ação policial no sequestro do Ônibus 174, que deixou mortos o sequestrador e uma refém.
Suspeito de chefiar bando que cobrava propina pede exoneração
Tenente-coronel Rocha trabalhava no TRE
HERCULANO BARRETO FILHO
Rio – O tenente-coronel Márcio de Oliveira Rocha, acusado pelo Ministério Público de chefiar uma quadrilha fardada que cobrava propina a motoristas do transporte alternativo em pelo menos três áreas pacificadas da Tijuca, estava prestando serviço no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) há dois meses. Ele pediu exoneração do cargo anteontem, 24 horas após O DIA revelar com exclusividade a ação do grupo.
No dia 12 de março, o tenente-coronel assumiu a função comissionada de assistente da Assessoria de Segurança e Transporte do TRE, de acordo com publicação do Diário Eletrônico do tribunal. A função dele era cuidar da segurança do transporte das urnas nas eleições deste ano.
Rocha foi convidado para exercer o cargo pelo assessor de Segurança, o coronel José de Oliveira Penteado, conhecido como o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na desastrosa ação policial no sequestro do Ônibus 174, que deixou mortos o sequestrador e uma refém.
A contratação de Rocha gerou contrariedade entre os funcionários, já que o setor de transporte, antes ligado à infraestrutura do tribunal, passou a ser vinculado à segurança. “Eles estavam tentando tirar todos os seguranças do tribunal para cartórios eleitorais, longe da sede”, disse um funcionário.
No dia 31 de maio de 2013, PMs do 6º BPM (Tijuca) foram flagrados em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça enquanto combinavam a liberação de três motos apreendidas no Depósito Público do Detran de Curicica, a mando do coronel. O MP acredita que eles se referiam a Rocha, então comandante do batalhão. Em agosto do ano passado, ele assumiu o Batalhão de Choque. Deixou a unidade em janeiro, em meio a queixas de supostas arbitrariedades e a um atentado cometido por dois homens em uma moto, que invadiram atirando o condomínio onde ele morava.
Seis PMs suspeitos seguem no batalhão da Tijuca
Mesmo afastados das suas funções, seis dos 12 policiais militares acusados de participação na quadrilha fardada continuam no 6º BPM (Tijuca). Entre eles, o subtenente Aldaci Dias de Carvalho, apontado pela investigação como o principal articulador das cobranças de propina feitas pelo Auxílio à Polícia de Trânsito (Aptran) da unidade.
Os suspeitos de envolvimento no esquema ocuparão funções administrativas enquanto a Corregedoria Interna da PM estiver apurando o envolvimento deles no crime. Em outubro do ano passado, o grupo teve pedido de prisão preventiva requerido pela 9ª Promotoria de Investigação Penal do MP por formação de quadrilha, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação. De acordo com a investigação, os policiais recolhiam uma propina mensal de mais de R$ 100 mil num bar em frente à sede do batalhão.
Fonte: O DIA