Parlamentares de oposição e representantes de entidades sindicais se reuniram na última segunda-feira (2/05) para avaliação da campanha salarial do setor público federal. Segundo os participantes da Frente Parlamentar em defesa do serviço público, as perdas salariais dos servidores do Judiciário e de outras categorias pedem uma resposta urgente por parte do governo Bolsonaro. Já se encontram em greve servidoras e servidores do INSS, do Banco Central e da Receita Federal. As universidades e instituições federais de ensino também estão mobilizadas e apontando para uma greve nacional a fim de garantir alguma reposição em 2022.
Os 5% de reajuste anunciados pelo governo federal por meio da imprensa tradicional estão bem distantes da reivindicação emergencial de 19,99%, índice mínimo para recuperar as perdas caulculadas pela inflação com base no IPCA dos últimos três anos.
A Fenajufe destacou que a categoria judiciária aprovou no 11º Congrejufe, encerrado no último domingo, dia 1º, um calendário de mobilização para os meses de maio e junho com a realização de atos nacionais, estaduais e assembleias nos locais de trabalho. Entre os dias 25 e 29 de maio, a Federação, em conjunto com seus sindicatos de base, avaliará o nível de adesão para uma eventual adesão à greve geral dos servidores federais.
PEC 23 ainda ameaça
Ainda que estejamos em um ano eleitoral, com a retomada das atividades no Congresso Nacional, as comissões de trabalho voltam a se debruçar sobre os projetos de interesse do governo e do setor privado, como a Proposta de Emenda Constitucional 32/21. No ano passado, as categorias unidas conseguiram reagir à ameaça de um grande acordão na Câmara dos Deputados orquestrado pelo presidente da Casa, Arthur Lira, para aprovar a PEC.
“A PEC 32 ainda é uma realidade. Precisamos estar atentos e unidos para combater novas estratégias do governo para sua aprovação. Não ficaremos calados diante de mais esta maldade do governo Bolsonaro contra os trabalhadores do serviço público, contra o serviço público e contra a população brasileira. Não aceitaremos o retrocesso e a volta do cabide de emprego dentro do serviço público”, afirma a diretora do Sisejufe e recém-eleita coordenadora da Fenajufe, Soraia Marca, que representou o sindicato no encontro da Frente Parlamentar.
Calendário de mobilização da categoria judiciária pela recomposição salarial
09 a 13 de maio – semana de realização de assembleias para deliberação da paralisação do dia 19 e debate sobre o conjunto do processo de mobilização.
12 de maio – dia de caravanas e mobilizações em Brasília, com a participação de colegas do Sinasefe e de estudantes da UBES, que estarão em congresso, nesse dia, na capital federal.
19 de maio – dia de mobilização e paralisações nos estados, incorporando outras reivindicações de segmentos da categoria ou locais.
25 a 29 de maio – nova semana de realização de assembleias para avaliação da mobilização e possibilidade de ingresso em greve.
Manuella Soares, para o Sisejufe