No Rio de Janeiro, ato reuniu mais de 150 mil manifestantes na Avenida Presidente Vargas. Sisejufe participou do protesto
As ruas tomadas de manifestantes em todo o Brasil comprovaram que não somente professores e alunos, mas trabalhadores e trabalhadoras de diferentes setores e toda a sociedade são contra os cortes de recursos na educação. Ao menos 222 cidades do país tiveram manifestações nesta quarta-feira (15/5), em apoio ao “15M: Greve Nacional da Educação”.
No Rio de Janeiro, mesmo com chuva, o ato reuniu mais de 150 mil pessoas, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe). Os manifestantes seguiram da Candelária à estação Central do Brasil, onde professores e estudantes distribuíram livros, marcando o encerramento do ato. Nos discursos, críticas à política educacional de Bolsonaro. Enquanto lideranças faziam discursos com críticas à política educacional de Bolsonaro em um carro de som, o povo gritava coros como “ele não” e “a nossa luta unificou… é estudante junto com trabalhador”.
ADESÃO DOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL
O Sisejufe participou do ato com diretores, representantes de base, servidores e apoiadores. O sindicato enviou aos tribunais ofício pedindo a liberação dos servidores uma hora antes do fim do expediente para que pudessem se juntar ao protesto, mas o pedido não foi atendido. O TRF2 negou a solicitação. Já o TRE-RJ e o TRT-RJ não deram resposta. Mesmo assim, a adesão foi grande.
“Considero emblemática a participação de um número tão expressivo de manifestantes em todo o país. A mobilização dos estudantes e profissionais da educação contagiou as demais categorias da classe trabalhadora, que reconhecem na educação pública gratuita e de qualidade, na pesquisa científica, na produção do conhecimento e no desenvolvimento tecnológico brasileiro fatores essenciais para garantir a verdadeira soberania nacional”, avalia o vice-presidente do Sisejufe, Lucas Costa.
O dirigente sindical afirma que o Sisejufe decidiu apoiar a greve porque entende que essa é mais uma face do projeto ultraliberal de Jair Bolsonaro, que ataca com todas as forças a capacidade do Estado de reduzir desigualdades sociais, de realizar políticas de inclusão das minorias e de distribuir renda entre as diversas camadas econômicas da sociedade. “Outro objetivo do governo atual é desestruturar os sindicatos e criminalizar os movimentos sociais para impedir que essas frentes de oposição esclareçam a população sobre os prejuízos escondidos por trás da reforma da previdência de Paulo Guedes (PEC 6/19) e que organizem uma reação popular contra todos esses ataques aos direitos sociais e trabalhistas. O que vimos ontem foi justamente a resistência da sociedade civil organizada que, mesmo com tão pouco tempo de governo, já sente na pele as perdas de direitos e cortes de investimentos em setores sensíveis para as camadas mais pobres da sociedade”, acrescentou.
UNIÃO ENTRE ESTUDANTES E TRABALHADORES
A União Nacional dos Estudantes (UNE) já convocou novos atos para o dia 30 de maio. “A juventude acordou para o que está acontecendo aqui no país e foi para as ruas dizer para o presidente Bolsonaro que não aceita o crime que ele está cometendo ao cortar desta maneira os investimentos da educação. Desde a década de 1990 eu não via aquela quantidade de gente e o mais legal é que a luta realmente unificou. Era uma pauta inicialmente da educação, dos estudantes e profissionais da educação. Só que ali realmente estava toda uma gama de trabalhadores das mais diversas categorias que se juntaram à luta. O canto que predominou foi de união entre os estudantes e trabalhadores”, ressaltou a diretora do Sisejufe, Fernanda Lauria.
Para a diretora do Sisejufe e coordenadora da Fenajufe, Lucena Pacheco Martins, o ato de ontem foi a volta do povo e das bandeiras para a rua. “As pessoas estão recuperando o ânimo para se mostrar e tudo isso com a alegria que nosso povo brasileiro tem, destemido e repleto da vontade de manter e conquistar direitos. A passeata em defesa da educação e em defesa da aposentadoria reuniu vários segmentos que demonstraram sua solidariedade ao movimento dos professores e estudantes. Nos deparamos ontem com muitos pais, pois o motivo que nos levou à rua envolve toda a família e tenho certeza que foi um esquenta para a greve geral de 14 de junho”, destacou, se referindo à paralisação nacional já deliberada pelas centrais sindicais, e chancelada pelo Sisejufe e demais sindicatos da categoria através do Plano de Lutas aprovado no 10° Congrejufe.