A greve é um dos mais importantes instrumentos dos trabalhadores, um direito fundamental de pressão para alcançar melhorias sociais ou para fazer com que aquelas conquistas normatizadas sejam mantidas. Nesse sentido, o Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do Estado do Rio de Janeiro (Sisejufe) vem manifestar seu apoio aos servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, em greve desde 26 de outubro do ano passado pela reposição inflacionária e pelo cumprimento do acordo de progressão automática na carreira.
Não bastasse o sofrimento dos servidores estaduais, foi surpreendente a postura de controle da OAB-RJ, estimulando os advogados a dedurarem eventuais descumprimentos. É lamentável que uma entidade que se notabilizou pela luta em favor da democracia hoje se preste ao papel de verdugo daqueles que são vítimas do descalabro financeiro provocado pelo grupo político que há anos controla o estado.
Desde o início da greve, o Sind-Justiça pactuou manter 30% dos servidores para o cumprimento de medidas emergenciais. Mesmo assim, a OAB ingressou com ação solicitando que 80% dos servidores trabalhassem, o que inviabilizaria o movimento grevista. Além do efetivo quase completo nas serventias, a Ordem também requereu o corte do ponto dos servidores.
Segundo a decisão liminar da juíza Karina de Oliveira e Silva, da 14ª Vara Federal fluminense, a Justiça do Rio de Janeiro deverá manter 30% dos servidores atuando durante a greve e, além do atendimento às medidas urgentes, devem expedir mandados de pagamento. Como a julgadora não atendeu integralmente o pedido, a OAB-RJ disse que irá recorrer da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Para o Sisejufe, o momento é de união entre entidades e movimentos sociais no combate ao violento ajuste fiscal dos governos federal e estadual, ao parcelamento salarial dos servidores, inclusive aposentados, à retirada de direitos dos trabalhadores em geral e ao conjunto de medidas que estão levando o país a um período de grande retrocesso.